No primeiro dia de abril, um caso de crime horrendo que abalou a população alagoana em 2016, será levado a julgamento. Arnóbio Henrique Cavalcanti Melo, acusado de assassinar sua ex-companheira, Joana Mendes, será julgado a partir das 8h da manhã. A brutalidade do crime, com a vítima sendo atingida por trinta e duas facadas, trinta delas no rosto, resultou em uma mobilização de mulheres em Alagoas pela justiça.
A tragédia ocorreu na tarde do dia 5 de abril de 2016, no Conjunto Santo Eduardo, bairro da Jatiúca. Mendes foi morta após ser emboscada por Melo, que a convenceu a encontrá-lo sob o pretexto de assinar o divórcio e regulamentar a pensão alimentícia de seu filho. O laudo pericial indicou que a causa da morte foi choque hipovolêmico, uma condição fatal que ocorre após uma grande perda de sangue.
Em antecipação ao julgamento, ocorreu uma reunião de mulheres influentes na comunidade, todas pedindo justiça por Joana Mendes. Entre elas, a coordenadora da Patrulha Maria da Penha, tenente-coronel da Polícia Militar, Danielli Assunção, expressou confiança na condenação do réu, destacando a revolta causada pelo crime entre as mulheres alagoanas.
Ressaltando a importância do movimento, a delegada da Delegacia da Mulher, Ana Luiza Nogueira, apelou para as mulheres em relações abusivas para que encerrem esses ciclos tóxicos. Ela lembrou que a falta de respeito pode culminar em feminicídio, como aconteceu com Joana. Paula Dantas, secretária Estadual de Planejamento, Gestão e Patrimônio, também expressou solidariedade à família de Mendes e a todas as vítimas de femicídio no Brasil, pedindo justiça.
A promotoria, representada pelo promotor de Justiça Antônio Vilas Boas, sustentará a acusação de homicídio triplamente qualificado contra Melo, por ter sido praticado de maneira cruel, impossibilitado a defesa da vítima e configurando feminicídio.
Este caso serve como um lembrete sombrio da violência enfrentada por muitas mulheres, não apenas em Alagoas, mas em todo o Brasil. O julgamento, que será realizado no Tribunal do Júri da 7ª Vara, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, será um passo importante na luta pela justiça e pelos direitos das mulheres.