No último dia 2 de novembro, a Câmara de Vereadores de São José da Tapera, em Alagoas, foi palco de uma audiência pública promovida pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) para o lançamento da segunda fase do programa Pró-Reservas. A iniciativa visa ampliar a conscientização sobre a importância das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), especialmente nas áreas de Caatinga do sertão alagoano, enfatizando os benefícios ambientais e sociais que elas podem proporcionar.
A audiência contou com a presença dos promotores de Justiça Alberto Fonseca e Lavínia Fragoso, que abordaram a relevância do programa para garantir a sustentabilidade ambiental da região. Segundo eles, o Pró-Reservas é uma ferramenta crucial para o desenvolvimento de novas unidades de conservação, que podem fortalecer a proteção da biodiversidade local.
Durante o evento, Lavínia Fragoso destacou as oportunidades apresentadas, incluindo o modelo de Pagamento por Serviços Ambientais, já implementado pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). “É essencial que a população se envolva na criação das RPPNs, pois isso permitirá a conservação de fragmentos de vegetação, formando corredores ecológicos que serão vitais para a manutenção da biodiversidade”, afirmou.
Alex Nazário, gerente de Unidades de Conservação do IMA, reforçou que a criação de unidades de conservação é uma das estratégias adotadas pelo instituto. Nos últimos anos, a área protegida na região cresceu de 1% para 9%. Ele destacou que a participação ativa da comunidade é vital para o sucesso dessas iniciativas.
Gabriela Cota, assessora ambiental de Clima do IMA, mencionou que os proprietários de RPPNs poderão concorrer a editais focados na preservação ambiental, aproveitando os benefícios econômicos que a integração com serviços ambientais pode trazer. Essas reservas, ao se conectarem com outras áreas de conservação, não só contribuem para a proteção ambiental, mas também oferecem vantagens diretas para seus proprietários.
Marcos Araújo, presidente do Instituto SOS Caatinga, elencou os impactos positivos das políticas públicas, como o programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que incentiva a criação de RPPNs e possibilita investimentos em melhorias nas unidades de conservação.
A audiência pública foi um espaço de discussão que reuniu diversos atores, incluindo o prefeito local, representantes do IBAMA, da Universidade Federal de Pernambuco, além de agricultores e especialistas, todos comprometidos com a promoção da preservação ambiental e a exploração sustentável das riquezas naturais da região. A ampla participação na audiência demonstra o fortalecimento do engajamento da comunidade em torno das questões ambientais e a busca por soluções conjuntas para a sustentabilidade do ecossistema da Caatinga.
Com informações e fotos da Semarh/AL