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Pesquisadora da Ufal conquista prêmio com estudo sobre agroquímicos de baixo impacto ambiental

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A pesquisa científica no estado de Alagoas tem encontrado um suporte significativo por meio da atuação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), que tem se dedicado a reconhecer e estimular estudos que geram impacto positivo. Um exemplo notório é o trabalho da doutoranda Adrielle Firmino, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Química e Biotecnologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que foi laureada com o Prêmio de Excelência Acadêmica.

O estudo em foco, publicado na prestigiada revista internacional Pest Management Science, traz uma revisão sobre as cinamamidas, que são compostos bioativos promissores para a agricultura. A trajetória de Adrielle no tema teve início em seu mestrado, onde investigou o potencial larvicida desses compostos contra o mosquito Aedes aegypti, conhecido por ser vetor de doenças como dengue, Chikungunya e Zika vírus. Ao avançar para o doutorado, sua pesquisa se expandiu para abordar a interação dessas moléculas com fungos fitopatogênicos que afetam culturas agrícolas no semiárido brasileiro.

A pesquisadora ressalta que o grande diferencial das cinamamidas é a sua baixa toxicidade em relação a organismos não-alvo, além da sua estrutura versátil, que possibilita uma variedade de aplicações no setor agrícola. Conforme Adrielle, a escolha de investigar essas substâncias se deve à crescente necessidade de alternativas que sejam menos prejudiciais ao meio ambiente. As cinamamidas já demonstraram ser eficazes e têm evidências que sugerem sua utilidade tanto na química medicinal quanto na agroquímica.

No processo de investigação, Adrielle revisou 60 estudos realizados entre 2012 e 2023, explorando as diferentes formas de aplicação das cinamamidas, incluindo fungicidas, herbicidas, inseticidas e nematicidas. Ela enfatiza a relevância de revisões sistemáticas, pois elas organizam informações de maneira que facilitam novas pesquisas. O conhecimento obtido permite que pesquisadores aprofundem suas investigações com mais precisão, evitando abordagens aleatórias.

Outra questão importante levantada por Adrielle é a carência de estudos sobre o mecanismo de ação das cinamamidas, que pode limitar o desenvolvimento eficiente de novos agroquímicos. Ela destaca a necessidade premente de conduzir testes rigorosos de toxicidade ambiental, especialmente em organismos aquáticos e polinizadores, como as abelhas, para garantir que os produtos desenvolvidos não prejudiquem a biodiversidade.

O artigo de Adrielle faz parte do referencial teórico da sua tese de doutorado e é suportado por uma bolsa vinculada à colaboração entre a Fapeal e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O projeto visa avançar investigações que se alinham à realidade do semiárido nordestino.

Com a obtenção de apoio financeiro, Adrielle e sua equipe estão agora em fase de síntese das cinamamidas e se preparam para testar sua eficácia contra fungos que ameaçam culturas locais. O intuito é poder contribuir de forma robusta com evidências sobre a viabilidade do uso dessas substâncias de maneira sustentável, rompendo com o uso de defensivos agrícolas mais prejudiciais.

Por fim, destaca-se que a iniciativa de premiação promovida pela Fapeal, através do Prêmio de Excelência Acadêmica, visa não apenas reconhecer a ciência realizada em Alagoas, mas também fomentar uma cultura de valorização da pesquisa no estado. O programa Mais Ciência, Mais Futuro, lançado recentemente, planeja investir R$ 200 milhões em ciência, tecnologia e inovação até 2026, o que promete trazer um impacto substancial no desenvolvimento científico local.

Com informações e fotos da Semarh/AL

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