Morar em uma unidade de conservação (UC) significa habitar uma região crucial para a preservação ambiental, onde se encontram ricas biodiversidades. Dados do Censo de 2022 apontam que cerca de 9% da população de Alagoas, o que equivale a aproximadamente 278.830 pessoas, reside nessas áreas destinadas à proteção ambiental. As Unidades de Conservação não apenas garantem a preservação dos ecossistemas, mas também permitem que os moradores utilizem seus recursos de forma sustentável, promovendo o desenvolvimento econômico.
Dentre as diversas APAs existentes em Alagoas, a APA Pratagy destaca-se como a mais populosa, abrigando 82.849 habitantes, a maioria dos quais reside no bairro Benedito Bentes. Segundo Camila Silva, gestora da APA Pratagy, essa categoria de unidade de conservação, que permite uso sustentável, é fundamental para a convivência harmoniosa entre a conservação ambiental e as necessidades da comunidade.
As atividades econômicas que emergem nessas regiões variam e frequentemente refletem a cultura local. O gestor da APA Marituba do Peixe, Clayton Silva, menciona que práticas como a agricultura familiar, a meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão), a aquicultura e o ecoturismo são algumas das iniciativas que ajudam a manter a identidade cultural e a desenvolver as comunidades.
Além disso, o extrativismo é uma prática significativa nessas comunidades, pois assegura a continuidade de tradições culturais e contribui para a proteção da biodiversidade. O plano de manejo, elaborado pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas em conjunto com conselhos gestores e a sociedade civil, é um documento vital que estabelece as diretrizes para a conservação e o uso sustentável dessas áreas.
É importante ressaltar que o papel da comunidade vai além das normas estabelecidas. Moradores como José Antônio, pescador da APA Santa Rita, demonstram um comprometimento exemplar com a sustentabilidade. Ele relata que a pesca é a sua fonte de trabalho, mas também destaca a importância da preservação do ambiente para garantir a subsistência futura. Além de cuidar da qualidade da água, a iniciativa de plantação de mangue é um testemunho da responsabilidade que os habitantes assumem em relação ao ecossistema.
Em outra unidade, a APA Catolé e Fernão Velho, práticas como a meliponicultura têm mostrado como é possível prosperar sem a destruição ambiental. O agrônomo Mário Calheiros, um defensor ativo dessas práticas, evidencia a transformação que ocorre quando as comunidades são educadas sobre a possibilidade de gerar riqueza através de métodos sustentáveis. O trabalho conjunto não apenas ajuda na preservação do meio ambiente, mas também transforma moradores em guardiões de sua região.
Assim, as unidades de conservação em Alagoas exemplificam um modelo de coexistência entre a proteção ambiental e o desenvolvimento social, reafirmando a importância de uma abordagem colaborativa na preservação dos nossos recursos naturais para as gerações futuras.
Com informações e fotos da Semarh/AL