O jabuti, um réptil exclusivamente terrestre originário da América do Sul, é reconhecido como um animal de estimação em diversas regiões do Brasil, especialmente no Nordeste. Embora seja legal a comercialização desses quelônios por vendedores autorizados, muitos cuidados são necessários para garantir a saúde e o bem-estar dos animais. Infelizmente, a criação inadequada de jabutis ainda é uma prática comum entre alguns proprietários.
Animais que são resgatados pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) ou que são entregues espontaneamente pela comunidade frequentemente chegam ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), uma entidade que opera sob a supervisão do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Entre os jabutis que chegam ao Cetas, muitos apresentam problemas significativos de saúde, como coloração alterada que os impossibilita de sobreviver na natureza e deformidades nos cascos resultantes de dietas inadequadas.
Para evitar essas complicações, é crucial fornecer uma alimentação variada composta principalmente de vegetais e frutas, além de garantir que os animais tenham acesso adequado à luz solar. Outro problema enfrentado por alguns jabutis é o de queimaduras nos cascos, provocadas pelas queimadas realizadas pelas pessoas para “limpar” terrenos, uma prática que é considerada ilegal. Ana Cecília Pires, veterinária do IMA, enfatiza que usar fogo para esse fim não só prejudica a fauna, mas também a flora local, alertando sobre os riscos de tais ações para os jabutis que se escondem entre a vegetação.
Os animais resgatados com queimaduras recebem cuidados especializados, como a cobertura de feridas com resina para proteger os ossos expostos e, posteriormente, são transferidos para iniciativas de recuperação da fauna.
É fundamental adquirir jabutis apenas de criadouros legalizados por órgãos ambientais competentes, visto que a compra de animais de forma ilegal pode resultar em pesadas multas que chegam a R$ 5.000 por réptil. A profissional reforça que essa conduta pode ser classificada como crime contra a fauna, resultando na responsabilização do infrator.
Caso se depare com atividades suspeitas, maus-tratos ou acidentes envolvendo jabutis, o IMA recomenda acionar o Batalhão de Polícia Ambiental para que sejam realizados os devidos resgates e orientações ao público sobre a conservação dessas espécies. Denúncias podem ser registradas através do telefone (82) 3315-4325 ou pelo WhatsApp (82) 98833-5879. A proteção e o bem-estar dos jabutis dependem da conscientização e responsabilidade de todos.
Com informações e fotos da Semarh/AL