A Coordenação Técnica de Saúde do Adolescente da Secretaria de Saúde de Maceió (SMS) promoveu um importante seminário reunindo psicólogos, assistentes sociais e professores das redes municipais de Saúde e de Educação. O tema central do evento foi a “Dependência Tecnológica e suas Implicações na Adolescência”.
Esse fenômeno, que é uma preocupação mundial, começou a ser estudado por especialistas em 1995. A permanência excessiva nas telas é vista como uma fuga da realidade e uma ausência de limites no ambiente familiar. Profissionais das áreas de saúde e educação têm se dedicado a compreender e lidar com essa questão.
A iniciativa para abordar esse tema surgiu a partir de um diagnóstico situacional realizado pela Coordenação Geral de Análise em Situação de Saúde (CGASS) da SMS. A equipe utilizou dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) para construir uma série histórica entre os anos de 2016 e 2020, refletindo o crescimento dos casos de adoecimento psíquico entre os adolescentes.
Entre os dados levantados, destaca-se o fato de que, nesse período, 2.683 adolescentes foram hospitalizados com suspeita de envenenamento, seja por tentativa ou cometimento de suicídio. Esses jovens encontram-se em situação de vulnerabilidade social, enfrentando realidades duras de violência, ausência familiar e falta de equipamentos de lazer e socialização. Esses fatores contribuem para a solidão, o isolamento e a fragilização da saúde mental.
Durante o seminário, as psicólogas Mariana Assunção e Marcele Apratto abordaram os fatores de risco e de proteção para que os adolescentes e suas famílias possam lidar com a dependência tecnológica. Mariana Apratto ressalta que estudos atuais indicam que o Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em exposição de tela entre os adolescentes, com uma média de 9 horas e 32 minutos, enquanto o ideal para essa faixa etária seria de apenas 3 horas.
Além disso, o país também está na terceira colocação em violação de dados e imagens na internet, colocando os adolescentes em risco iminente. Por isso, é fundamental trabalhar essa questão junto aos grupos de adolescentes nas unidades de saúde e no ambiente escolar, como no Programa Saúde na Escola. O objetivo é orientar, monitorar e participar do cotidiano desses jovens, criando estratégias vinculadas à sua realidade.
Dentre as orientações destacadas pelas psicólogas, está o incentivo a uma maior participação familiar na vida do adolescente, ampliando o diálogo, valorizando os momentos de refeição e lazer, conhecendo melhor seu círculo de amizades virtuais e permitindo iniciativas de interação com outros jovens.
Esse seminário foi de extrema importância para a conscientização e a busca por soluções para a dependência tecnológica na adolescência. A Saúde do Adolescente da SMS continua empenhada em desenvolver ações que promovam a saúde mental e o bem-estar dos jovens de Maceió.
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