Quem passeia pela orla marítima de Maceió já sente a diferença na paisagem com a finalização da obra de contenção marítima em diversos pontos de praias da capital. Já são mais de 14 mil blocos de concreto montados em formato de lego, utilizados para conter o avanço do mar em quatro trechos diferentes, levando mais segurança para quem transita pela região.
Pioneira na aplicação deste tipo de tecnologia, a Prefeitura de Maceió é a primeira instituição pública do poder executivo do Brasil a utilizar a técnica holandesa, que tem vida útil de 200 anos e é aprovada por todos os órgãos ambientais responsáveis pelos licenciamentos.
Iniciada a menos de um ano, a obra já apresenta resultados, contendo a erosão causada pela força do avanço da maré, um problema antigo e que até então não havia sido solucionado, mesmo com a tentativa de aplicação de outras diferentes metodologias em anos anteriores.
O secretário municipal de Infraestrutura, Lívio Lima, reforça a importância da intervenção para levar ainda mais segurança para a população que transita nos pontos da orla da capital alagoana.
“Toda a tecnologia utilizada nos pontos de obra é um empreendimento essencial para garantir a segurança e o conforto de cada morador e visitante, ao mesmo tempo em que conserva Maceió como um destino turístico. Além disso, estamos garantindo, também, um futuro sustentável, respaldado por uma tecnologia de ponta, com potencial de longevidade de até 200 anos”, disse o secretário.
Ao todo, a intervenção terá mais de 2 km de extensão, somando os trechos de obra nas praias da Jatiúca, Jacarecica e Sobral, já em fase final de conclusão, e, também, no Pontal da Barra, que deverá ser iniciada em breve, com 1,2 km de extensão.
Saiba como a obra funciona
Os encaixes de blocos de concreto lembram uma brincadeira com legos, e os anéis hexagonais têm a estrutura de uma colmeia, possibilitando assim, que a contenção resolva definitivamente o problema de erosão, que atinge Maceió por décadas e que ninguém nunca havia solucionado. Em anos anteriores, métodos alternativos foram usados, mas não tiveram sucesso.
Com uma base de blocos construída abaixo do nível do mar, a tecnologia oferece resistência, segurança e durabilidade, com menor custo e execução ágil. A margem de segurança é tão significativa que a quantidade de blocos usados na fundação é semelhante àquela usada no muro de contenção. Além disso, a engenharia permite, conforme explicam os técnicos da Seminfra, a engorda – ou a ampliação – natural da faixa de areia da praia.
Cada ponto da orla marítima que está recebendo os serviços de contenção passou por identificação da Defesa Civil de Maceió e por estudos técnicos de engenheiros civis para encontrar uma tecnologia que atendesse as especificidades de cada trecho, que fosse sustentável, que não impactasse significativamente o paisagismo, sendo economicamente viável e além do mais, aprovada pelos órgãos ambientais e de fiscalização. Assim, chegou-se aos blocos de concreto e nos anéis hexagonais holandeses.
Segundo o engenheiro fiscal da obra, Cícero Rocha, o ponto do JTR, por exemplo, que fica na Jatiuca, recebeu blocos maciços de concretos pré-moldados. “Isso porque a força da maré chega com mais intensidade no muro de contenção”, explica.
Já no trecho da Lagoa da Anta, o método usado foram os anéis hexagonais. “Nesse ponto, a onda quebra antes de chegar no muro, batendo nos anéis com menos intensidade”, informa o engenheiro.
O próximo ponto que vai receber a obra de contenção é a Praia do Pontal da Barra. Por lá, a tecnologia aplicada serão os blocos de concreto. Posteriormente, haverá a reconstrução do calçadão, que compreende a pista de ciclovia e de passeio.