Mais de mil moradores de Maceió foram diagnosticados com Aids nos últimos cinco anos, de acordo com informações do Programa de IST/HIV/Aids e Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde. O registro mostra que 1.001 pessoas evoluíram para a doença, sendo que 140 novos casos surgiram apenas em 2023.
Com relação ao número de pessoas infectadas pelo vírus do HIV na cidade, foram notificados 351 casos positivos no mesmo período. Os casos de HIV/Aids estão concentrados principalmente em pessoas entre 20 e 59 anos.
A médica infectologista da Secretaria Municipal de Saúde, Mardjane Lemos, esclarece que HIV e Aids são estágios distintos da infecção, embora muitas pessoas considerem os termos sinônimos. O HIV é o vírus responsável pela infecção, enquanto a Aids é a progressão dessa infecção no organismo. Além disso, a médica explica que nem todas as pessoas infectadas pelo HIV desenvolvem a Aids, pois isso depende de vários fatores.
A Aids leva à perda progressiva da imunidade, deixando o organismo mais fragilizado e incapaz de se defender de infecções simples ou complexas. O vírus do HIV destrói as células do sistema imunológico ao longo do tempo, resultando em uma queda significativa na quantidade dessas células de defesa.
Os sintomas após a infecção pelo HIV incluem febre, manchas no corpo, aumento dos gânglios no pescoço e sintomas semelhantes aos de um resfriado comum. Já na fase da Aids, é comum ocorrer diarreia, perda de peso e infecções respiratórias frequentes.
A médica ressalta que o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para retardar a progressão da doença. Quanto mais cedo o vírus for detectado, maiores são as chances de reversão da infecção e de evitar o desenvolvimento da doença.
Para facilitar a detecção e o tratamento precoces do HIV, a Saúde de Maceió oferece testes rápidos gratuitos em todas as unidades de saúde da cidade e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do PAM Salgadinho. O serviço é acessível a todos, bastando apresentar documento de identidade, comprovante de residência e o cartão SUS. Mesmo pessoas em situação de rua, sem documentos pessoais, podem realizar o teste.
Os pacientes com diagnóstico positivo para HIV são encaminhados para centros de atenção especializada, como o Ambulatório João Fireman, o Hospital Escola Dr. Helvio Auto, o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes e o Bloco I do PAM Salgadinho. Esses locais oferecem atendimento multidisciplinar e disponibilizam medicação gratuita para o tratamento do HIV/Aids.
No Bloco I do PAM Salgadinho, o atendimento é realizado durante todo o ano e conta com uma equipe variada de profissionais de saúde, como enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, médicos infectologistas, entre outros. Além disso, são realizados testes rápidos para detecção de outras doenças, como sífilis e hepatites B e C.