Estudantes da rede pública municipal de ensino conquistaram o primeiro lugar na etapa estadual do Prêmio MPT na Escola. Com o excelente resultado, as alunas Lorrany Tiffany (categoria conto), da Escola Municipal Eulina Alencar, e Williane Rafaella Silva de Araújo (categoria poesia), da Escola Municipal Zilka de Oliveira, passaram para a terceira etapa do concurso e poderão concorrer ao prêmio nacional, que acontece no dia 12 de outubro.
A cerimônia de entrega dos troféus aos vencedores das etapas estadual e nacional será realizada no dia 31 de outubro, no Teatro Deodoro, em Maceió.
Lorrany venceu a etapa estadual com o conto “Vida Sofrida”, que retrata a história de uma criança vítima de trabalho infantil, na casa de dois adultos e que tinha o sonho de estudar e ser escritora. Já Williane venceu com o poema “Quero Voar”, que fala sobre uma criança que se sente presa como um pássaro, vendendo bala e pipoca.
Williane, 12 anos, contou que ficou muito feliz e nervosa quando soube do resultado. Ela revelou que teve apoio e suporte da professora durante as aulas. “Comecei a escrever e a pensar sobre uma criança que não pode brincar e se expressar, porque foi vítima do trabalho infantil. Fiz durante as aulas e foram alguns dias para fazer. A professora me ensinou a escrever poemas, todo mundo fez trabalhos incríveis, mas o meu se destacou. Espero que eu ganhe o nacional, ficarei muito feliz. Dedico este prêmio aos meus pais e a todos os meus amigos da escola”, disse.
Já Lorrany contou que achou muito importante ter ficado em primeiro lugar no concurso. “Achei legal ter ganhado o primeiro lugar, fiquei muito animada. A inspiração em fazer o conto surgiu depois que vi crianças trabalhando, levando carrinho de mão, levando pedra, alimentos. Quando eu vi, achei errado. Aí por isso que consegui fazer o conto”, destacou.
Para a diretora da Escola Municipal Eulina Alencar, Maria Marlene Santos, receber a notícia de que as estudantes foram selecionadas para a próxima etapa foi de uma imensa felicidade, já que vão representar as escolas nacionalmente. “Foi um prestígio para a escola. É muito gratificante, porque primeiro a gente tem que ver o potencial da criança. É através da leitura e do pensamento que a gente constrói algo”, pontuou.
“A gente ficou muito feliz. Toda a escola se alegrou. Foi um processo de um trabalho de escrita, elaborado desde o começo da inscrição, trazendo referências, oficinas, leituras. Vimos que os alunos realmente se apropriaram do conhecimento. Essas ações dão uma força geral e um incentivo para que mais estudantes participem”, ressaltou a vice-diretora da Escola Municipal Zilka de Oliveira, Maria Cláudia Cardoso.
O coordenador de Ações Educacionais, Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Luciano Amorim, enfatizou a relevância do compromisso que o Estado e a escola devem ter para o combate ao trabalho infantil.
“É uma forma que o Estado tem, especialmente o Poder Judiciário, de tentar se aproximar do ambiente escolar e acompanhar as questões de trabalho infantil. Isso consegue mudar currículos, porque as escolas conseguem fazer projetos, programas. E são ações que perpassam por vários campos: artísticos, literatura, desenho, artes visuais. É uma mobilização em torno de uma proposta e uma lei, porque é responsabilidade da Educação que a criança não trabalhe e tenha assistência”, frisou o coordenador, que também contou que está com boas expectativas para o resultado da próxima etapa.
Resgate à Infância
O prêmio faz parte do projeto Resgate à Infância, do MPT, que visa ampliar o debate sobre o trabalho infantil e aprendizagem profissional. Diversas ações e atividades pedagógicas são realizadas sobre os temas nas escolas participantes.
É por meio do concurso artístico que o estudante pratica o protagonismo sobre os dois temas, conscientizando-o da sua condição de criança e adolescente em relação ao mundo do trabalho. As categorias do prêmio são Conto, Desenho, Música e Poesia.
A competição se divide em dois grupos. No primeiro, estudantes dos 4º e 5º anos do Ensino Fundamental abordam o trabalho infantil. Já no segundo, alunos dos 6º e 7º anos falam de aprendizagem profissional.
Segundo Ticiany Melo, técnica do setor de Direitos Humanos, 25 unidades de ensino municipais de Maceió se inscreveram para concorrer ao prêmio. “Essas escolas trouxeram os trabalhos, fizemos uma seleção na etapa municipal e entregamos ao MPT os primeiros lugares de cada categoria”, contou.
Para ela, o projeto é um avanço na Educação de Maceió para a erradicação do trabalho infantil: “É um impulso para que essas crianças sejam as protagonistas com trabalhos desenvolvidos em sala de aula”, disse.
A previsão é de que seja realizada, em novembro, uma culminância com todas as escolas municipais que participaram da premiação e do projeto, com entrega de medalhas e brindes.
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