A esporotricose é uma infecção fúngica que afeta tanto humanos quanto diversas espécies de animais, como cães, gatos, tatus, entre outros bichos. Provocada pelo fungo Sporothrix, a doença pode resultar em ferimentos e úlceras na pele e mucosas.
De acordo com a Coordenação de Vigilância de Doenças e Agravos Transmissíveis e Não Transmissíveis (CVTDATNT) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a esporotricose se manifesta através do surgimento de feridas na pele e mucosas, frequentemente acompanhadas ou não de secreção purulenta. Em casos mais graves, podem ocorrer sintomas como anorexia, febre, desidratação, perda de peso e vômitos, indicando um possível comprometimento de órgãos.
A transmissão da esporotricose em humanos ocorre através do contato com a pele lesionada ou traumas, como espinhos, farpas de madeira, arranhaduras e mordeduras de animais infectados, como cães e gatos. Portanto, é crucial agir com rapidez em caso de arranhadura, mordedura ou respingo de saliva de um animal suspeito de estar com esporotricose.
Nesses casos, é recomendável lavar o local afetado com água e sabão, e caso tenha ocorrido contato com a saliva do animal nas mucosas ou na face, é recomendável a lavagem exaustiva com água ou solução fisiológica. Em seguida, é importante buscar imediatamente atendimento médico especializado.
Quanto aos animais suspeitos de estarem com esporotricose, o médico veterinário da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) de Maceió, Charles Nunes, orienta que sejam levados para um serviço veterinário para realizar o diagnóstico. O exame confirmatório é feito através de cultura fúngica, que é disponibilizada pela UVZ. Enquanto aguarda o resultado dos exames, o tratamento do animal pode ser iniciado com itraconazol, via oral, em conjunto com o isolamento para evitar a transmissão para outros animais.
Nunes alerta ainda sobre a importância do isolamento do animal infectado, evitando que ele tenha contato com outros animais e garantindo que o local onde está seja facilmente higienizável. Além disso, toda manipulação do animal deve ser feita utilizando luvas, e é recomendado que o animal fique separado do convívio das pessoas, principalmente crianças e idosos.
A prevenção da esporotricose, segundo a Coordenação Técnica de Vigilância de Doenças e Agravos Transmissíveis e não Transmissíveis da SMS, depende do conhecimento da existência da doença e do tratamento imediato. Como não há vacina contra a doença, é importante diminuir o risco de infecção utilizando roupas protetoras ao cuidar das plantas do jardim ou de outros materiais contaminados pelos fungos.
A Vigilância em Saúde de Maceió realiza ações educativas contínuas junto à população para alertar sobre os sintomas e transmissão da doença. Além disso, é obrigatório o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) por médicos veterinários e tratadores ao manipular animais doentes.
É fundamental que a esporotricose seja tratada de acordo com a forma clínica da doença e o estado imunológico do paciente. Nunca se automedique ou interrompa o uso de medicamentos sem antes consultar um médico.
Em caso de suspeita de esporotricose em animais, a população pode entrar em contato com a Unidade de Vigilância de Zoonoses pelo telefone (82) 98882-8240. A Secretaria de Saúde de Maceió monitora de forma contínua os casos de esporotricose na cidade.