Na tarde desta terça-feira (9), a Coordenação-geral de Igualdade Racial da Prefeitura de Maceió promoveu uma roda de conversa sobre racismo e saúde mental nas escolas do bairro Benedito Bentes. O evento contou com a participação de membros do coletivo Mulheres Pretas Periféricas e foi conduzido pela coordenadora Arísia Barros e a psicóloga Poly Moraes.
A discussão teve como foco as experiências compartilhadas por adolescentes e jovens negros durante sua formação, incluindo questões como baixa autoestima, discriminação e o próprio reconhecimento como parte da comunidade. A jovem Evelin Santos, de 18 anos, acompanhou atentamente a conversa e destacou a importância do próprio aceitamento. Ela relatou que, quando era criança, não se aceitava como mulher negra, mas agora está começando a se aceitar.
Além disso, a roda de conversa também abordou os 21 anos da Lei n° 10.639, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileiras nas escolas. Segundo Arísia Barros, o ensino é fundamental no combate ao racismo, pois proporciona o conhecimento necessário para a mudança. A atividade tem mobilizado cada vez mais os jovens e adolescentes do coletivo, que veem na roda de conversa uma oportunidade de aprendizado e preparação para enfrentar o racismo no dia a dia.
Erivânia Gatto, presidente do Coletivo Mulheres da Periferia, ressaltou a importância da presença de psicólogos e da realização de rodas de conversa para que as mulheres se sintam mais preparadas para lidar com o racismo. Ela destacou que muitas têm dificuldades para aprender ou falar sobre o assunto e que essas atividades são fundamentais para fortalecer a comunidade.
Essa iniciativa faz parte da Campanha Maceió é Massa Sem Racismo, que busca discutir as questões de gênero no município por meio de rodas de conversa e escutas ativas. A campanha tem como objetivo promover a igualdade racial e combater o racismo, proporcionando espaços de diálogo e reflexão para a população.
Durante o evento, foi ressaltada a importância de fortalecer a autoestima e a identidade negra, além de promover a valorização da cultura afro-brasileira. A roda de conversa foi considerada um momento de troca de experiências enriquecedor e de empoderamento para as mulheres, jovens e adolescentes presentes.
A iniciativa da Prefeitura de Maceió em parceria com o coletivo Mulheres Pretas Periféricas recebeu elogios e apoio da comunidade local, que reconhece a necessidade de promover a igualdade racial e combater o racismo em todas as esferas da sociedade. A expectativa é que mais atividades como essa sejam realizadas, contribuindo para a conscientização e transformação da realidade.