Operação de cavernas de extração de sal-gema pela Braskem resultou em afundamento do solo, obrigando milhares de pessoas a deixarem suas residências.

A estabilidade do solo em uma região de Maceió, Alagoas, encontra-se ameaçada, à beira do colapso, devido à ausência de suporte ocasionada pelo desgaste das cavernas subterrâneas exploradas pela Braskem para a extração de sal-gema ao longo dos anos.

Segundo o professor Pedro Côrtes, do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista a CNN Brasil, as ramificações dessa tragédia assemelham-se ao desastre de Chernobyl, marcado pelo acidente nuclear ocorrido na Rússia.

“Uma área de grande exclusão, onde as pessoas não vão poder voltar, pelo menos não tão rapidamente, afetando diversas famílias. É considerado hoje o maior desastre ambiental em ambiente urbano”, diz Côrtes.

Conforme declaração da Braskem, os poços de extração atingem a profundidade de 1.200 metros, equivalente a empilhar 40 prédios de 10 andares um sobre o outro. O processo de formação das cavernas envolve a penetração de intensas injeções de água no solo, resultando no retorno à superfície com a salmoura.

“Estão sendo construídas, no entanto, cavernas à medida que esse sal vai sendo retirado. Toda essa camada perde sustentação.”  disse o professor

As cavernas podem, ainda, se juntar a outras próximas em um efeito em cadeia, criando enormes buracos no subsolo que “engolem” edificações que estão na superfície.

“Em 2018 os tremores evidenciaram uma situação crítica, mas há uma divergência técnica muito grande a respeito desse tipo de operação que já vem de uma longa data.”

“Desde que mina foi autorizada, em 1976, dentro de uma controvérsia – porque o órgão ambiental do estado não recomendava isso, e governador da época, um biônico da época do regime militar, autorizou de ofício a operação da mina – já se considerava essa possibilidade por se tratar de uma área urbana”, conta Côrtes.

Com informações da CNN Brasil

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