O importante passo para consolidação final do acordo entre o Mercosul e a União Europeia será dado pela EFTA(Associação Europeia de Livre Comércio) e a organização dos países latino-americanos, nesse próximo dia 16 de setembro, durante a cúpula que será realizada no Rio de Janeiro.
Será nesse dia que as duas instituições formalizarão o acordo de livre comércio, um avanço significativo para que, ainda neste ano, seja concluído o acordo mais amplo entre o Mercosul e a União Europeia.
Sabe-se que a proposta ampliada de livre comércio entre os países integrantes do Mercosul e os que fazem parte da União Europeia atravessa uma longo e polêmico período, que começou no ano de 1999, há 26 anos, contando com embaraços geralmente decorrentes de uma política protecionista enraizada em países europeus, que sempre colocaram dificuldades à entrada de produtos latinos nos seus territórios. O pacto atual, concluído em julho, após oito anos de negociações, representa um passo estratégico para aproximar as economias sul-americanas de mercados desenvolvidos fora da União Europeia.
A França sempre se postou como um desses obstáculos mais severos, com seus governantes sendo pressionados por agricultores franceses, que vêm nas importações dos países latinos uma ameaça à sua sobrevivência. Mesmo com a chegada de Emmanuel Macron ao governo francês, esses obstáculos não diminuíram e, em certos momentos, até mesmo ganharam volume.
Mas Macron, recentemente, começou a ceder, o que criou a possibilidade real de que até novembro o Acordo possa finalmente ser assinado e passe a vigorar a partir de 2026.
Um dos pontos que têm falicitado a proxomação entre os dois blocos na compreensão de que o acordo precisa ser assinado, vem como uma espécie de resposta à política adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cujas iniciativas, como os tarifaços sobre produtos vindos de outros países, uma atitude incompreensível que tem prejudicado enormemente muitas nações e gerado um distanciamento comercial e de governança com o antigo e importante parceiro mundial.
A celebração do acordo Mercosul e EFTA e aceleração dos entendimentos para o acordo ampliado entre Mercosul e União Europeia, embora já venham sendo discutidos e avaliados há muitos anos, tiveram impulsionamento recente, detonados pelas tarifas de Trump que pegaram de cheio países expressivos como o Brasil, mas também nações europeias historicamente importantes nas relações com os Estados Unidos, como a Suiça, que tem sido bastante afetada.
Nesse contexto, o acordo se apresenta como uma forma de fortalecer laços comerciais alternativos e garantir competitividade às exportações, sobretudo para economias altamente dependentes do comércio exterior, como a Suíça e a Noruega.
Com esse primeiro e importante marco, caracterizado pela assinatura do acordo entre Mercosul e a EFTA, haverá uma ampla base de comercialização entre os países envolvidos, significando uma nova zona de livre comércio abrangendo quase 300 milhões de pessoas e um PIB (Produto Interno Bruto) combinado de cerca de US$ 4,3 trilhões. Estima-se que 97% das exportações entre os dois blocos sejam beneficiadas.
Fazem parte da Associação Europeia de Livre Comércio -EFTA, a Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, países que já mantém boas relações comerciais e diplomáticas com o Brasil. Em 2024, por exemplo, a soma do comércio bilateral entre exportadores brasileiros e a Associação Europeia foi de US$ 7,2 bilhões, tendo como principal mercado a Noruega. A expectativa com esse acordo, que será assinado dia 16, é de que os negócios sejam bastante ampliados, adotando-se isenção tarifária nas relações entre os dois blocos.
Por José Osmando