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Presidente do Banco Central diz que setembro vem aí com pix parcelado | José Osmando

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Muita gente ficou assustada e sem entender as razões que levaram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas suas constantes ameaças ao Brasil, a incluir o PIX (sistema brasileiro de pagamento instantâneo) na mira de sua investigação comercial. Num documento oficial assinado no dia 15 de julho, o chefão norte-americano dirigiu-se ao Escritório da Representação Comercial informando que “o Brasil parece se envolver em uma série de práticas desleais em relação a serviços de pagamento eletrônico”, incluindo obviamente o PIX, que é o único sistema do governo com a finalidade de pagamento instantâneo.

Muita gente viu nessa ameaça ao PIX um incômodo exteriorizado por empresas norte-americanas, reclamação por ele absorvida, de que o sistema brasileiro de pagamento eletrônico, que virou um sucesso absoluto, a ponto de atingir mais de 60 milhões nas operações do gênero.

Tais incômodos partiriam, sobretudo, dos detentores norte-americanos de Cartões de Crédito, que começavam a enxergar a possibilidade de que o PIX pudesse avançar,a ganhar novos contornos de operação, e competir com esse poderoso ramo comercial sobre o qual  os EUA detém grande poder no mundo com as suas conhecidas e valorizadas bandeiras.

Quem apenas achava que a reação de Trump ao PIX poderia ser mesmo puxada pelos Cartões de Crédito, agora vai ter certeza de que os especialistas em sistemas financeiros de lá viram isso primeiro do que todo mundo e levaram Trump a esse posicionamento até então inexplicável.

No dia de hoje, durante evento na ACSP( Associação Comercial de São Paulo), Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central do Brasil, destacou decisões recentes que vêm sendo tomadas pelas autoridades monetárias brasileiras no âmbito do BC, estando dentre as principais iniciativas, o estabelecimento do PIX Parcelado, que conforme adiantou já está em fase experimental, já vem sendo oferecido por alguns bancos como novo serviço aos usuários, “mas que será disponibilizado a todos no próximo mês”.

Galípolo afirmou que ao longo do mês de setembro o PIX Parcelado “ terá sua regulação e padronização publicadas.”

Ele disse que o BC não quer restringir alternativas que já existem  (como o PIX Automático e o Pix por Aproximação), mas oferercer mais alternativas para que o cidadão, comércio e serviços escolham o modelo que se apresenta como mais competitivo e mais interessante.”

Galípolo saudou a Autonomia do Banco Central estebelecida pela PEC 65/23, por ter dado ao Banco Central atualização no seu arcabouço legal e institucional, e maior autoridade para controlar a política econômica, protegendo-a da inflação. 

Para ele, essa autonomia do BC vai permitir continuar com “essas revoluções”, nela incluindo-se agora o PIX parcelado, que terá, pelo que se mostra, efeitos e configurações na linha dos Cartões de Crédito.

O Presidente do Banco Central defende que o PIX  permaneça gratuito e sob a gestão pública, para que esse vitorioso sistema de pagamentos instantâneos permaneça “do jeito que ele é.” E esclareceu:’Se a gente tivesse, eventualmente, incumbentes sendo gestores desse tipo de pagamento, ficaria ali sempre uma suspeita do ponto de vista de conflitos de interesse.”

A Índia, que se tornou também um dos alvos dos tarifaços de Donald Trump, possui um sistema de pagamentos instantêneos nos moldes do PIX brasileiro, embora sem as mesmas funcionalidades do nosso sistema. Mas o modelo indiano, ao contrário do brasileiro, ficou fora do radar do presidente norte-americano. 

O Pix foi colocado na lista de supostas práticas “desleais” que vêm sendo analisadas pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), que se refere a ele indiretamente no documento em que detalha a investigação como “serviço de pagamento eletrônico desenvolvido pelo governo”.

Se faltava alguma motivação lógica para as investidas de Trump contra o PIX, as revelações de Gabriel Galípolo, feitas hoje, de que o sistema eletrônico nacional vai incorporar o PIX Parcelado já agora no mês de setembro, cumprindo papel semelhante aos Cartões de Crédito, agora pode ter certeza de que a onda vem ainda mais forte. Ou não. É esperar para ver o que acontece. O certo é que o Brasil não está disposto a se dobrar.

Por José Osmando

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