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Presença militar dos EUA no Caribe une países amazônicos contra ameaças | José Osmando

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Os nove países que compõem a Fronteira Amazônica, e no lado brasileiro, os nove Estados que estão nessa linha de vizinhança, estão consolidando uma iniciativa de união e cooperação, com atuação integrada, destinada a fortalecer as ações das policiais regionais para o enfrentamento das organizações criminosas transnacionais. 

Nesse próximo dia 9 de setembro, o Presidente Lula, do Brasil, vai inaugurar formalmente o Centro de Cooperação Policial Internacional, aberto pelo Ministro Ricardo Lewandowski em junho deste ano. 

A iniciativa vem em meio à determinação do presidente dos EUA, Donald Trump, que mandou tropas e navios de guerra ocuparem o mar do Caribe, ao sul da Venezuela, sob o pretexto de combater o tráfico internacional de drogas.

A frota dos EUA, que há cinco dias já ocupa o Caribe, inclui navios como o USS San Antonio, USS Iwo e USS Fort Lauderdale, transportando 4.500 militares, incluindo fuzileiros navios, numa demonstração de que se preparam para uma guerra. Teme-se que o objetivo real seja a invasão da Venezuela, que tem a liderança política de Nicólas Maduro, repudiado pelo presidente Donald Trump, a quem acusa de atitudes hostis contra os Estados Unidos.

Esse Centro de Cooperação Policial Internacional será mantido de maneira integrada entre Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa, contando com recursos financeiros do Fundo Amazônia e do BNDES, e faz parte do Plano Amazônia de Segurança e Soberania, elaborado a partir da Carta de Belém, o mais importante documento da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, assinado em 2023, agora reforçado em face da COP30, evento mundial do clima que será realizado em novembro.

Vê-se, portanto, que muito antes da chegada de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, Brasil e os demais países integrantes da Amazônia Legal já se preocupavam com a questão grave da segurança regional, pois seus governantes têm a nítida compreensão sobre o avanço das organizações criminosas transnacionais, envolvidas progressivamente com o tráfico de drogas, com o tráfico de armamentos, com a exploração e comercialização clandestina e criminosa da mineração, invasão de terras indígenas e a prática de assassinatos e muitos outros tipos de crime. 

A alegação de Trump para colocar sua força bélica no mar do Caribe, na entrada da América do Sul, parece ser bastante descabida e de comprovação ao menos duvidosa. O temor, de fato, é que o presidente norte-americano, como vem demonstrando em relação a outros países, esteja mesmo incomodado com a postura de independência e com o avanço de questões sociais importantes, como as que têm sido obtidas pelo Brasil, e esteja disposto a breca qualquer prática que contrarie a sua visão de mundo e , com isso, adotar uma política de invasão militar e de intimidação. 

Como o Tratado de Cooperação entre os nove países menciona nos seus principais objetivos Segurança e Soberania, esperava-se que à fala  que o Presidente Lula fará dia 9, na entrega oficial do Centro, reitere o discurso sobre a soberania da região, repetindo o que ele já tem dito em outras ocasiões, a propósito do tarifaço imposto ao Brasil e das ameças ao Supremo Tribunal Federal, que contraria Trump pela disposição de condenar o ex-presidente Bolsonaro e até generais das forças armadas. 

Lula tem dito, e deverá repetir: “Não somos quintal de ninguém e ninguém pode dar palpite sobre o que devemos fazer.”

A manifestação de Lula é uma reação às medidas adotadas por Trump contra o Brasil e agora conta outros países latinos, e também à grosseira declaração do secretário de Trump,

Pete Hegseth, chefe do Pentágono, ao se referir aos países sul-americanos: “Vamos recuperar o nosso quintal.”

Por José Osmando

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