Policiais militares e civis de São Paulo mataram no ano passado 813 pessoas, registrando um crescimento de 61% em relação ao ano anterior, quando 504 pessoas foram assinadas por armas de profissionais que são pagos para oferecer segurança à população.
Esse expressivo crescimento no número de mortes praticadas por policiais paulistas vai na contra-mão da ligeira queda registrada em todo o país. No Brasil inteiro foram 6.243 registros em 2024, contra 6.413 em 2023.
Apesar dessa leve queda nos assassinatos em território brasileiro, não é só em São Paulo que policiais estão matando mais civis. A diferença é que em São Paulo, ao contrário de queda, está havendo uma evolução estúpida e crescente no número de assassinatos, muitos deles com características de extermínio. São Paulo representa quase 43% de todas as mortes praticadas por policiais em todo o Brasil.
Na soma de todas as 27 capitais do Brasil foram assassinadas 1.914 pessoas. Esses dados assustadores, que parecem fugir do controle das autoridades, estão presentes no 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que foi divulgado hoje pelo Fórum Nacional de Segurança. O número representa cinco mortes por dia no ano passado. Houve um aumento de 0,9% em relação a 2023, quando 1.897 pessoas foram mortas. Isso mostra que a queda se deu no interior do país, mas crescendo em todas as capitais.
Na avaliação do coordenador do Fórum, David Marques, as práticas do secretário Derrite, sob aplausos do governador do Estado, estimulam a letalidade policial. Ele cita como exemplos trágicos dessa estratégia mortal as operações Escudo e Verão, feitas pela Polícia Militar na Baixada Santista, nas quais foram mortas 84 pessoas.
No geral, o Anuário do Fórum da Segurança aponta que houve queda no índice de Mortes Violentas Intencionais (MVI). Em 2024 foram 44.127 vítimas , quando em 2023 o número atingiu 46.441.
Por José Osmando