Dentro de uma semana começa em Belém, Capital do Pará, a Conferência Mundial de Clima, a COP30, maior evento anual das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, reunindo líderes mundiais, cientistas e representantes da sociedade civil de todo o Planeta. Na COP30 haverá para ampla e adequada discussão em torno do que pode ser feito contra o aquecimento global, pela redução na emissão de carbono e as tarefas de reparação de danos causados até hoje ao meio-ambiente nas mais diversas regiões da terra.
Embora esse exponencial evento comece só no dia 10 e vá até 21 de novembro, os primeiros debates em torno das questões climáticas já começaram no Rio de Janeiro, pela forma antecipada do Fórum Global de Líderes Locais, reunindo prefeitos, governadores e representantes da sociedade civil de várias partes do mundo.
Os debates que realizam resultam na construção de uma carta-documento que esses segmentos locais farão chegar às mãos dos governantes mundiais, na próxima semana, mas que já hoje foi entregue ao representante da Prefeitura de Belém, presente ao encontro.
Encontram-se no Rio governadores de Estados, prefeitos e prefeitas de cerca de 450 localidades do mundo, além de forte presença de integrantes da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), do Brasil, interessados em debater e encontrar caminhos para uma cooperação efetiva entre esses governos locais, que permitam acelerar a transição verde, algo que cientistas dos mais variados ambientes têm apontado como necessidade extrema no combate aos desequilíbrios climáticos que só têm se acentuado.
Além de governadores e prefeitos, várias dezenas de cientistas, especialistas internacionais em meio-ambiente, estão construindo políticas de atuação, sempre fundamentadas na cooperação entre entes dos diversos planos governamentais, tanto no plano brasileiro quanto no cenário internacional.
Daí a importância da presença de figuras referenciadas, como a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e do prefeito de Londres, Sadiq Hhan, ambos com contribuições importantes para as ideias contidas na carta e com críticas severas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O prefeito de Londres é o presidente da coalizão C40, uma rede global de cidades comprometidas em combater as mudanças climáticas.
O dirigente londrino foi duríssimo nas críticas a Donald Trump: “Não se trata mais de quem luta contra as mudanças climáticas e quem as nega. Agora é uma luta existencial entre os destruidores do clima e nós, os defensores do clima. Sejamos claros, o principal destruidor do clima é o Presidente dos Estados Unidos da América, alguém que discursou nas Nações Unidas há poucas semanas e chamou a crise de farsa.”
Ambos classificaram Trump como um inimigo poderoso dos meio-ambiente e um empechilho aos avanços nacionais no combate ao desequilíbrio climático, e lembraram que uma das primeiras medidas do governante norte-americano, logo após sua posse, foi determinar a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris.
E não deixaram passar outra atitude de Donald Trump, mais recente, durante a Assmbleia Geral das Nações Unidas, realizada em Nova Iork, quando fez um incompreensível pronunciamento afirmando que “mudanças climáticas são a maior farsa da história”, uma afirmação que surpreendeu e revoltou o campo da ciência em todas as partes e deixou atônita autoridades governamentais na sua quase totalidade.
Sabedores de que um Planta sempre mais quente tem impacto direto e dramático na vida de bilhões de pessoas em todos os continentes, apressando e agravando desastres climáticos dos mais diversos tipos, os governantes locais estão cada vez mais se convencendo de que cabe a eles, em cooperação e parceria, atuarem de maneira científica e planejada para a proteção de cidadãos em suas localidades.
Eles entendem que as cidades são mensageiras do clima e que secas, enchentes, inundações, queimadas e toda sorte de tragédias atingem cada vez mais populações locais, independentemente de discursos ideológicos, radicais e irracionais, como o de Donald Trump, que produzem reflexos negativos no imaginário popular, atrapalham e confundem, mas não tiram e não acrescentam nada nas soluções, porque identifica-se que o modo de resolver é cada vez mais localizado, em cooperação em troca de experiências entre cidades, estados e nações.
As ações e relações frente às mudanças climáticas, portanto, exigem sempre e mais humanização e cooperação.
Por José Osmando













