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Entre os três poderes, Legislativo é o que merece menor confiança do povo | José Osmando

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O Legislativo, agora sob a liderança externa do governador de São Paulo e o ímpeto populista do Centrão, está embalado no desejo de aprovar uma lei de anistia ampla, geral e irrestrita que assegure a liberdade ao ex-presidente da República. De fato, assegure a impunidade, pois não se pode falar em anistia para quem ainda não foi condenado.

Mas se os parlamentares estiverem antenados no que pensa a população brasileira a respeito da atuação deles, mudariam certamente de atitude e disposição e passariam a dedicar atenção e responsabilidade a outras questões, essas, de interesse público.

Olhariam com respeito para temas como a PEC que institui o SUS da Segurança Pública, a isenção do Imposto de Renda para os trabalhadores que têm renda de até R$ 5 mil mensais e, também, a taxação das grandes fortunas, num país extremamente desigual, em que os 0,1% mais ricos chegam a ganhar R$ 300 mil por dia (embolsando uma média de 112 milhões por ano), enquanto milhares de brasileiros, apesar dos 14 milhões de seres humanos que o Bolsa Família acaba de retirar da fome, ainda passam por estúpidas dificuldades.

Se deputados e senadores ainda não conhecem dados revelados por pesquisas de opinião pública, cabe-nos lembrá-los do levantamento feito pela Pesquisa Quaest, hoje divulgado, apontado para a maior queda na credibilidade do Legislativo nos últimos dois anos. Câmara e Senado, na visão dos entrevistados, merecem menos confiança do que Executivo e Judiciário, e estão na rabeira da avaliação quando comparados a outras instituições, como a religião católica e forças militares e policiais.

Comparando com 2022, quando o Legislativo era visto por  54% da população como merecedor de sua confiança, o tombo desde esse ano até o dia de hoje, é de exatos 9 pontos, ficando agora em 45% de avaliação positiva. E mais: na outra ponta do julgamento popular, o índice de desconfiança e de descrédito, portanto, já atinge 52%.

 A confiança na Presidência da República, mesmo tendo caído oito pontos percentuais no mesmo período, é expressivamente superior ao Legislativo, ficando agora em 54%, ou seja, 9 pontos além do que mereceram deputados e senadores. 

 Já o Supremo Tribunal Federal (STF), alvo permanente das tentativas de descredibilização do Legislativo, tem avaliação positiva de 50%, cinco pontos acima dos parlamentares. 

Essa baixa aprovação que o Legislativo recebe da população tem motivos explicados pela própria pesquisa. Vejamos: ao serem perguntados sobre temas discutidos pelo Legislativo, 72% dos entrevistados disseram desconhecer os repasses feitos por emendas parlamentares, principal ferramenta usada para direcionamento suspeito, que vem sendo avaliado severamente pelo STF. Já a anistia, tema que tem movimentado o Congresso, sobretudo nos últimos dias, e provocado disputas entre a oposição e os governistas, é jeitada por 55% da população. Isso mesmo: 55% não têm interesse nesse assunto de anistia. Trocam isso, certamente por alívio no bolso, com a isenção do IR, e por mais segurança estatal que garanta a paz nas ruas e combate mais eficazmente a bandidagem. 

Vê-se, assim, que na contramão do interesse coletivo, atrelados a outros assuntos desacompanhados do que quer a população, deputados e senadores estão pagando o preço da desconfiança popular.

Por José Osmando

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