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Entendimento entre governo e banqueiros pode trazer esperança de juros mais baixos

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Reunidos com o presidente Lula nessa quarta-feira, no Palácio do Planalto, o presidente da Federação Brasileira dos Bancos, Isaac Sidney,  e os presidentes das cinco maiores instituições financeiras privadas  do país (Bradesco, Itaú/Unibanco, Santander, Safra, e BTG Pactual), entraram em acordo com o governo para discutir e repensar as taxas de juros praticadas no Brasil, que são consideradas das mais elevadas do mundo, vistas pelos governantes e por fortes segmentos do empresariado como um grave empecilho ao desenvolvimento.

Resolveram criar um Grupo de Trabalho, dentro do chamado Conselhão do Planalto, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, com a presença compartilhada de governantes e banqueiros,  na tarefa de se dedicar a debater as elevadas taxas de juros, que têm como base a Selic fixada pelo Banco Central, atualmente em 10.75% ao ano. A intenção do Planalto é que esse GT esteja formado já na próxima semana e comece logo a trabalhar, com previsão de que seus resultados sejam conhecidos em fevereiro de 2025.

O encontro entre Lula e os banqueiros foi costurado pelo minsitro Fernando Haddad, a pedido do próprio presidente da Febraban, feito há cerca de dois meses, e é a primeira vez que o presidente da República se reúne coletivamente com esse decisivo setor econômico nesse seu terceiro mandato. Lula já havia conversado separadamente com dirigentes bancários e com a própria Federação, mas essa foi a primeira reunião global.

O presidente da Febraban, Isaac Sidney, declarou após o encontro que as conversas foram muito positivas, revelou o empenho do Governo em manter o equilíbrio fiscal e trabalhar sem sobressaltos para a economia, e disse que o momento é oportuno para aproveitar “essa janela com crescimento e inflação controlada, para atacar problemas estruturais”. 

O dirigente maior do setor  foi além: negou que as principais instituições financeiras do Brasil vejam esse percentual de 10.75% com bons olhos. “Aos bancos não interessam taxas de juros elevadas. Quanto maiores os juros, maiores os riscos de crédito. Queremos que a economia possa ser estável, controlada, com taxa de juros baixa. Nosso desejo é que se possa ter juros mais baixos, para que possamos democratizar o crédito, mas as condições de crédito precisam melhorar”, disse.

Esse desapego aos juros altos revelado pelo presidente da Febraban é uma novidade aos nossos olhos e ouvidos, mas é salutar que ele exista, num momento bastante alvissareiro para o deenvolvimento brasileiro, também numa etapa em que parece estarem em declínio os afãs de confrontos e conflitos políticos que tanto têm dividido o Brasil.

O resultado desse encontro e as manifestações exteriorizadas pelos banqueiros privados nacionais sobre a realidade dos juros praticados no Brasil- que são muito elevados e que isso não interessa também a eles-, surgem como um alívio para os setores produtivos do país, para todos aqueles que contribuem para o desenvolvimentlo nacional e  precisam de crédito para alavancar seus empreendimentos, inclusive com investimentos na renovação tecnológica, uma boa nova  que começa a existir no setor industrial.

O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, ainda fará duas sessões neste ano de 2024, antes que o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, cuja indicação foi aprovada há dias pelo Senado, assuma o cargo em primeiro de janeiro de 2025. Essas duas etapas, portanto, serão ainda presididas pelo atual presidente, Roberto Campos Neto, um ardoroso defensor das altas taxas Selic. A primeira sessão será em 5 e 6 de novembro, e a última, sob seu comando, em 10 e 11 de dezembro.

Mas já não enxergo que exista ambiente favorável aos conselheiros do Copom para insistirem no aumento de taxas, mesmo considerando que a maioria dos integrantes do comitê tenha sido nomeada pelo governo passado, a quem politicamente não intessa qualquer êxito do atual governo na condução da política econômica, mesmo que isso retire e encareça o crédito, trave o desenvolvimento, afete a vida de empresas, enfraqueça o mercado do trabalho e reduza a movimentação do consumo das famílias.

Parece que estamos ingressando numa fase de melhor compreensão e entendimento. Cabe  torcer para dar certo, pelo bem de todos.

Por José Osmando

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