O Brasil já possui 1,56 milhão de trabalhadores atuando na geração de energias renováveis, colocando-se como o terceiro lugar no mundo, superado pela China, com ampla maioria, já empregando 7,4 milhões e a União Europeia, que possui hoje 1,8 milhão de trabalhadores.
Quase metade dos trabalhadores do setor em todo o mundo (45%) estão na China. Estados Unidos e Índia empatam com 1 milhão de empregos cada.
Esse numero crescente de pessoas trabalhando no segmento de energias renováveis vem acompanhado de um vigoroso processo de treinamento e qualificação, gerando-se novas habilidades para atuação num setor que difere muito dos trabalhadores que foram preparados para atuar na indústria dos combustíveis fósseis.
No caso do Brasil, a grande concentração de trabalhadores, exatos 994.260 empregos, estão na produção de biocombustíveis. A energia solar fotovoltaica já emprega 263 mil trabalhadores, a hidroelétrica ocupa 177.300 e o setor de energia eólica fechou o ano de 2023 com 80.300 trabalhadores, um salto significativo em relação ao ano anterior, quando tinha 67.700 pessoas ocupadas.
Os empregos no setor de energia solar fotovoltaica já ultrapassam em muito o número de trabalhadores no tradicional segmento de hidroelétricas.
Esse balanço sobre os empregos no setor de energias renováveis está no relatório “Renewable Energy and Jobs – Annual Review 2024”, da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Além do quantitativo de empregos, o estudo mostra um cenário de desproporção de aumento de empregos em renováveis no mundo. Cerca de dois terços da nova capacidade global de energia eólica e solar foram instalados somente na China em 2022.
O maior aumento da história de empregos em energias renováveis aconteceu em 2023, com um salto de 18% em relação aos 13,7 milhões de 2022 e chegando a 16,2 milhões de postos.
Para crescer mais, o setor precisa de políticas adequadas, o monitoramento dos riscos para atrair investidores e um programa ousado para treinar e qualificar trabalhadores, incluindo um importante empenho por parcerias junto às universidades em todo o país, no caso particular do Brasil.
Conforme o próprio relatório adverte, uma transição energética justa, e extremamente necessária diante dos negativos eventos climáticos do mundo, depende de treinamento e do desenvolvimento de novas habilidades.
Para que o Acordo de Dubai, assumido na COP28, em 2023, seja cumprido até o ano 2030, que os países tripliquem a sua capacidade de geração de energias renováveis, será necessário investir arduamente na qualificação de pessoal e na aplicação de medidas que criem ambiente saudável e atrativo, sobretudo em países com as possiblidades reais, como o Brasil, no sentido de trazer grandes investimentos externos.
Veja-se que para atingir a meta de triplicar energias renováveis em 2030 significa que o mundo terá que ter 11,2 TW sendo gerados em energias renováveis em seis anos —
sendo que 8,5 TW viriam de energia solar fotovoltaica e da produção de energia eólica em terra.
Por José Osmando