Acompanhando a campanha eleitoral e verificando o grau de intolerância, incivilidade, agressividade e muita baixaria por todas as partes, com um domínio muito negativo na capital de São Paulo, haveria de se imaginar que o pleito desse 6 de outubro seria marcado pela violência e pela prevalência de delitos graves.
Não foi, felizmente, o que ocorreu. Com exceção de algumas prisões, decorrentes das tentativas de boca-de-urna e campanha fora das regras eleitorais, e da apreensão de volumes expressivos de dinheiro vivo, supostamente destinado à compra de votos, as eleições transcorreram em paz, com muita tranquilidade, mesmo na capital paulista, onde o candidato Pablo Marçal gastou todo seu tempo de campanha para espalhar mentiras e exercitar insultos.
Essa calma observada no pleito pelo país inteiro é digna de registro, pois repõe o país, de certa forma, no convívio saudável da vida democrática, onde é imperioso conhecer-se o pensamento, as ideias e propostas daqueles que estão querendo o voto do eleitor, desprezando-se as atitudes de violência, a intolerância e falta de respeito, condições estas que, finalmente, ficaram fora das urnas para fora.
Independentemente dos resultados que as urnas apresentaram neste domingo, a sugestão da ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, de que os eleitores não levassem seus “dissabores” para as urnas, mas aí depositassem suas esperanças e sua intenção e escolher os melhores, parece ter sido ouvida.
Não sem razão, as falas animadas da presidente do TSE ao fim das votações de ontem, quando festejou a tranquilidade do pleito e também o fato de que até mesmo problemas técnicos historicamente registrados no dia da eleição foram de pequena monta, como os defeitos apresentados em urnas eleitorais, que neste ano apresentaram ocorrências de apenas 0,3% de falhas no seu total. Outro fator celebrado foi quanto aos temores de que eleitores do Norte do país, em razão da estiagem prolongada e dos rios secos, tivessem maiores dificuldades de chegar aos locais de votação, fato que não teve maior significado.
Com justificadas razões observou-se notável alívio na expressão da Ministra Cármen Lúcia ao falar que as eleições estiveram tranquilas, sem nenhuma ocorrência grave, dando conta das ações preventivas adotadas pela Justiça Eleitoral com as providências adotadas tanto na área de fiscalização, segurança das urnas, segurança dos eleitores, com o funcionamento das urnas, na imensa maioria, acontecendo dentro do horário previsto, assim também quanto à apuração dos votos.
O fato mais significativo de tudo isso, é que o sistema eleitoral brasileiro é ratificado como o mais correto e bem aplicado, o mais veloz e seguro, derrotando para sempre os derrotistas e pregadores da desordem, que sempre alardearam que as urnas eletrônicas eram inseguras, daí quererem a volta do voto impresso, “auditável” segundo esses.
Dá gosto ver um sistema eleitoral de tamanha eficiência, tanto na velocidade e facilidade do registro do voto, quanto na fantástica eficiência da apuração. Três horas após o fim da votação, o Brasil já conhecia ontem todos os seus eleitos e aqueles que vão para a disputa do segundo turno. E mesmo aqueles que pregaram e pregam o fim das urnas eletrônicas puderam ver que seus candidatos, alguns até seus próprios filhos, parentes e aderentes, puderam ter seus nomes consagrados nas urnas, de maneira democrática e rápida, sem qualquer contestação.
Por José Osmando