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Contraponto-se a Trump, o Brasil via abrindo novas portas no mundo | José Osmando

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Nesta próxima semana, dias 26 a 28, o Brasil estará presente numa mesa de negociações com governantes e empresários do México, no próximo esforço sendo desenvolvido para abrir novos negócios para produtos brasileiros, em face das tarifas de 50% e de outras sanções impostas ao país pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Uma comitiva de exportadores e técnicos governamentais, liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, e Serviços, Geraldo Alckmin, que acumula funções como Vice-Presidente da República, ficará na cidade do México de terça a quinta-feira, acelerando e fechando negociações que possibilitem exportar para os mexicanos sobretudo os produtos que ficaram incluídos no rol de itens sujeitos à tributação extra dos norte-americanos.

A viagem dos brasileiros é precedida de diálogos que vêm sendo mantidos à distância por governantes e empresários dos dois países, iniciadas com telefonemas ocorridos ainda no mês de julho entre o Presidente Lula e a Presidente do México  Cláudia Sheinbaun, enquanto o governo Trump silenciava em relação às propostas de negociação apresentadas em carta à Casa Branca.

O México tem se tornado um parceiro importante do Brasil, importando de nosso país uma variedade sempre maior de produtos, algo que tem crescido expressivamente nos últimos dois anos. Atualmente, os mexicanos representam o quinto país que mais importa produtos brasileiros, tendo comprado US$ 3,44 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025. Considerando toda a extensão da América Latina, o México fica atrás apenas da Argentina como maior parceiro brasileiro.

Se selecionarmos apenas a carne bovina – um produto submetido à taxação de 50% por Donald Trump, e, portanto, inviabilizado de continuar sendo exportado para os EUA-, o México aumentou a compra do Brasil  nesse último semestre, ultrapassando os Estados Unidos, até então o maior importador.

Para que se tenha uma ideia dessa expansão de negócios com os mexicanos, em abril deste ano, antes da taxação norte-americana, as compras feitas pelos estadunidenses haviam batida o recorde, mas quando veio a taxação e, em julho, as compras de carne bovina feitas por eles ao Brasil tiveram uma queda de 70%, caindo de um volume de US$ 229 milhões para o último registro de apenas US$ 68,7 milhões.

Esse rombo, ao que parece, está sendo muito bem coberto pelo México. Ironicamente, o território canadense dá de cara com o território norte-americano, o que politicamente serve de lição a Donald Trump de que os atingidos por suas arrogâncias podem encontrar soluções bem pertinho da Casa Branca.

E a propósito de ironia política, vale aqui lembrar o gesto praticado pelo Presidente Lula nesse último fim-de-semana, quando decidiu plantar uma muda de uva em terreno do Palácio da Alvorada. O que lula plantou foram mudas da Uva Vitória, um magnífico fruto das vinícolas do Vale do São Francisco. 

O que tem de especial essa deliciosa fruta? É que ela se tornou o xodó das famílias norte-americanas, que se encantaram não apenas com seu sabor, mas pelo fato de que contém raríssimas fibras, grau zero de caroço, o que fez dela a preferida número um de milhares de norte-americanos, tornando-a indispensável às suas mesas.

Ao fazer uma gravação durante o ato de plantio e após concluir seu gesto, Lula gravou um vídeo em que se dirige ao presidente Donald Trump (sem citar seu nome) e diz continuar disposto para dialogar, concluindo:”plantando comida, não violência e ódio.”

A saborosíssima uva Vitória, de quem famílias norte-americanas devem estar sentindo falta e saudade, transforma-se assim numa metáfora para nos trazer a uma dura realidade de discórdia e arrogância trazida por Donald Trump contra diversos países do mundo – e muito particularmente o Brasil -, em contraponto ao que se pode conquistar com o diálogo, a negociação sadia e o respeito à soberania de cada Nação.

Por José Osmando

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