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Com mudança de parâmetro pelo Banco Mundial, cresce a quantidade de pobres | José Osmando

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O Banco Mundial alterou, no decorrer de 2022,  o parâmetro de referência que mede a presença das populações mais pobres no conjunto econômico do mundo, e com isso a quantidade de pessoas nessa faixa cresceu em 2023. O valor de medição da paridade do poder de compra, que era de uma renda de US$ 6,85 ao dia, até 2022, passou a ser de US$ 8,30.

Assim, ao considerar que a pobreza das populações para países de renda média-alta, sendo o caso do Brasil, passou a ser medida por ao menos US$ 8,30 ao dia, e não mais de US$ 6,85, essa atualização feita em 2023 e comparada a 2022, levando a cada país diferente custos de vida, trouxe um inevitável crescimento de pessoas mergulhadas na pobreza e desigualdade.

Isso atingiu o mundo de modo generalizado. 

E o Brasil foi tomado de susto porque a pobreza registrada em 2023 foi maior do que se imaginava, não porque mais pessoas tivessem ingressado nesse ambiente adverso sob as medições que tinham US$ 6,85 como parâmetro, mas sim em razão de o Banco Mundial ter passado a régua e mudado esse limite de avaliação. 

Deste modo, de acordo com os novos cálculos, 23,4% eram pobres em 2023, e não mais 21,7% da estimativa anterior, gerando um aumento diferencial de 3,6 milhões de seres humanos nessa faixa, formando um contingente global de 49.4 milhões.

Se fossem levados em consideração os parâmetros anteriores (de US$ 6,85) conforme relatório do Banco Mundial divulgado em abril, o cenário de pobreza no Brasil mostrava uma queda continuada. No mesmo cenário, sob o cáculo baseado em US$ 6,85, o IBGE apontou que a fatia da população com rendimento per capita abaixo da linha da pobreza caiu de 31,6% para 27,4%, entre 2022 e 2023, registrando a menor taxa desde o ano de 2012. Só aqui, a queda seria de 4,2 pontos.

Praticamente todos os países do mundo tiveram mudanças de cenários de pobreza sob a nova métrica, não apenas o Brasil. O crescimento no número de pobres no planeta em 2023 ficou próximo dos 250 milhões de pessoas.

Em países como a Argentina, por exemplo, a pobreza passou de 13,4% para 16,5%. No Paraguai, a alta foi ainda maior, de 18% para 23,2%. 

No caso brasileiro, o próprio Banco Mundial registra um cenário mais recente de queda da pobreza, que segue em evolução, graças a programas consistentes de compensação social, como o Bolsa Família. Vem do próprio Banco  a análise de que  foi  a partir de 2021, quando o Governo passado colocou  fim nos programas de auxílio que haviam sido implantados em 2020, na época da pandemia da Covid-19, quando os números referentes ao mergulho das pessoas na pobreza cresceram para patamares muito elevados e nunca vistos.

 Uma queda que vinha acontecendo entre os brasileiros desde 2012 na questão da pobreza máxima, teve a partir de 2021 uma elevação exorbitante.

O Banco Mundial adverte que o mundo está mais pobre do que se imaginava e tem menos possibilidades de erradicar a pobreza extrema até 2030, uma vez que tal fenômeno vem se concentrando mais agudamente na África subsaariana, em países frágeis também da Ásia.

E vem também do Banco Mundial a avaliação de que o progresso alcançado na redução da pobreza a partir dos anos 1990, com cerca de 1,5 bilhão de pessoas escapando dessa tragédia, voltou a se agravar a partir de 2022, com o número de pobres extremos, no mundo todo, voltando a ser de 3,7 bilhões atualmente, mesmo número de 1990.

Por José Osmando

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