Aquela velha máxima de que “há males que vêm para o bem”, está alcançando um sentido prático bastante relevante quanto às imensas riquezas escondidas no solo brasileiro. Talvez tenha sido mesmo necessário o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump- no seu afã de penalizar o Brasil-, ter revelado interesse pelos minerais críticos e terras raras existentes em território de nosso país, para que o Governo Lula tomasse a rápida decisão de olhar com interesse e planejamento para essa extraordinária herança natural.
Antes mesmo do que se esperava, o governo brasileiro lançou um programa focado na exploração de minerais estratégicos e terras raras, com o objetivo de ampliar a produção nacional e fortalecer a cadeia produtiva desses materiais. Embora seja dono da segunda maior reserva do mundo das chamadas terras raras, o Brasil vem adiando há 11 anos a aprovação de uma lei específica para o “ouro do século 21”. Parece que agora chegou o momento e o governo resolveu se antecipar no jogo.
O programa, chamado “Mineração para Energia Limpa” (MEL), inclui ações como o mapeamento geológico de áreas no território nacional e a criação de um comitê para definir projetos relevantes para a ampliação da produção. Esse Comitê já deverá estar implantado e funcionando em novembro deste ano, com a missão de definir projetos prioritários para a exploração de minerais estratégicos , buscando ampliar a produção nacional.
O Brasil- que além de deter a segunda maior reserva mundial de terras raras e um poder monumental quando se trata de minerais críticos-, está em meio a uma guerra comercial detonada por Donald Trump, que diz respeito não apenas ao tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros que se encaminhem aos Estados Unidos.
O impasse vem, principalmente, do fato de que, detentor dessas riquezas de causar interesse e cobiça no plano internacional, parece estar o Brasil, sob o olhar político, como uma espécie de pedra no caminho de Trump, por sua presença e influência no BRICs, sua liderança na América do Sul e por seu relaciomento progressivo com outros países, sobretudo com a China.
A propósito de China, as exportações de terras raras do Brasil para aquele país asiático cresceram muito de 2024 para cá. Somente no primeiro trimestre de 2025, comparado ao ano passado, conforme relatório do CEBC (Centro Empresarial Brasil-China), as exportações, que ainda são incipientes, somaram U$ 6,7 milhões no período, uma relação comercial significativa, por se tratar de um material altamnte procurado no mundo, essencial ao futuro estatégico e tecnológico da indústria.
De acordo com relatórios do Serviço Geológico dos Estados Unidos, o Brasil possui cerca de 21 milhões de toneladas de terras raras, que o coloca como a segunda maior reserva mundial, atrás apenas da China. Mas as terras raras, cujos quatro elementos principais são o “Disprósio (DY), Térbio (TB), Neodímio (ND) e Praseodímio(PR), são explorados e tratados quase que exclusivamente na Ásia. Daí o desconforto dos Estados Unidos e o interesse de Trump pelas reservas brasileiras.
Em nosso território, há apenas uma única empresa explorando e tratando esses elementos magnéticos essenciais de terras raras, no município e Minaçu, em Goiás. Conforme dados do Ministério das Minas e Energia, essa atuação da Mineradora Serrra Verde Pesquisa e Mineração, faz do Brasil o ser o único local fora da Ásia a beneficiar e exportar esses elementos em escala ciomercial.
Por José Osmando