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Centrão mira o BC e quer Congresso com poderes para remover diretores | José Osmando

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Acaba de sair nova prévia do PIB brasileiro e, para satisfação do mercado especulativo, houve uma ligeira desaceleração na economia, com redução no consumo das famílias, ficando a taxa de crescimento em 0,4%. 

Mesmo com desempenho menor, esse é o 16º trimestre seguidos de alta, melhor manifestação da série histórica inaugurada em 1996.

Esse resultado do segundo trimestre mostra uma grande desaceleração em relação ao trimestre anterior, quando o crescimento foi de 1,3%, mas ainda assim ficou acima da especulação do mercado, que apostava que o aumento do PIB não seria superior a 0,3%. Embora os especuladores- que acumulam seus ganhos apostando em juros sempre mais altos-, não gostem, na comparação com o mesmo período de 2024, o crescimento do nosso produto interno já é de 2,2%.

Essas notícias, que trazem alívio a parte do mercado, que sonha com uma economia desacelerada, com baixo consumo e juros muito altos, vem por outro, na contramão dos que pretendem os especuladores, a população em geral, que fica apreensiva, pois quanto maiores forem os juros,  menor é o crescimento industrial, de serviços, de empregos, de aumento de renda e de possibildiades de consumo.

Vem de muito tempo esse debate sobre o que é melhor para o Brasil. Se uma economia aquecida, revigorada, competitiva, capaz de propiciar sempre e mais empregos e garantia de renda crescente, ou se é melhor ter juros altos, fazendo os setores produtivos diminuírem seus ímpetos de evolução, permitindo, na outra ponta, que pequeno grupo de afortunados continue ganhando muito dinheiro e acumulando mais capital através das ações especulativas do mercado financeiro.

E ninguém viu, até hoje, qualquer inciativa verdadeira do Congresso Nacional para fazer o Banco Central interromper sua política suicida de juros Selic nas alturas, com índice de 15% ao ano como estão hoje; não se conhece qualquer projeto aprovado que tenha como objetivo proteger os setores produtivos que fazem do Brasil o vice-campeão mundial nessa tragédia, impondo limites de poder ao Banco Central do Brasil, que é autônomo, independente, e não aceita qualquer forma de controle do Governo. 

Mas ontem, por incrível que pareça, surgiu uma reação gigantesca dentro do Congresso. Partidos do Centrão assinaram um requerimento de urgência para a tramitação de projeto de lei que permita à Câmara Federal demitir  Diretores do Banco Central por suposta “atuação incompatível com o interesse nacional.”

Veja-se aqui que os parlamentres do Centrão que, por unamimidade assinaram o encaminhamento, falam em “interese nacional”. 

Mas é obrigatório trazer à luz da verdade que esse “interesse nacional” não é obrigar o BC a reduzir juros e com isso permitir alívio e melhor desempenho para a indústria, o turismo, os prestadores de serviços, nem tazer um pouco de conforto ao bolso dos cidadãos,das famílias, nas suas transações bancárias e uso de cartões de crédito, nem para garantir que mais gente pode ir às compras e com isso manter o mercado real acelerado.

O que motiva os parlamentares do Centrão é tirar do seu posto o Diretor de Organização do Banco Central, Renato Gomes, que estaria criando dificuldades, obstaculando,como dizem, a transação que envolve a venda do Banco Master ao BRB, dois gigantes das novas modelações do mercado financeiro, com presença mutíssimo forte no comando das Fintechs.

É bom lembrar que na quinta-feira da semana passada, dia 28, foi deflagrada a megaoperação denominada Carbono Oculto, que pegou poderosos grupos ligados ao crime organizado, incluindo 42 alvos no centro da inteligência financeira do país, a Avenida Faria Lima, envolvidos com a produção, comercialização, falsificação de combusíveis e gigantesca atuação criminosa praticada através das Fintechs, na maior operação sobre mais de 350 pessoas, empresas e instituições que vêm atuando contra a ordem ecnômica nacional. 

O PCC, segundo as investigações levadas ao conhecimento público, usa diversas empresas, com expressiva utilização das Fintchs, para lavar dinheiro, mascarar transações eocultar patriomônio. O BRB, por exemplo, um dos alvos da megaoperação, possui um laboratório de inovação, o BRB LAB, e um escritório no Vale do Silíciio, para buscar desenvolver novas tecnologias e soluções e está migrando todas as suas operações para a nuvem, por meio de  inteligência artificial. Com isso, segundo os investigadores, objetiva tirar seus negócios da mira da Receita Federal e do Banco Central.

É possível que isso explique os entraves que o Diretor do BC, Renato Gomes, tem criado, a ponto de gerar esse ímpeto “patriótico” manifestado agora pelos parlamentares do Centrão.

Por José Osmando

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