Nos planos de preparação para a COP30 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), evento mundial que será realizado em Belém do Pará em novembro de 2025, o governo brasileiro está adotando um elenco de medidas inovadoras no campo da restauração ambiental.
Uma delas, em fase final de planejamento, diz respeito à concessão pelo Governo de áreas públicas degradadas à iniciativa privada, para que essas empresas que vencerem os editais que estão sendo montados, assumam a responsabilidade de restauração, através do replantio de florestas nativas.
Os editais de concessão já começaram a ser desenhados pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o SFB (Serviço Florestal Brasileiro) e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade). Eles vão se concentrar na concessão de áreas de unidades de conservação mais castigadas por ações ilegais, principalmente aquelas localizadas no chamado “arco do desmatamento”, que abrange Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia.
As concessões para restauração são um modelo inovador que permite que empresas privadas assumam áreas públicas degradadas para regenerá-las. Em troca, poderão negociar os créditos de carbono gerados pela captura de CO2 que a floresta replantada vai produzir. As concessões fazem parte de um conjunto de medidas de financiamento e estímulo ao replantio da vegetação nativa. Entendimento no governo é de que já não basta só combater desmatamentos e incêndios por meio de ações de fiscalização, mas é necessário avançar na tarefa da restauração, de colocar a floresta novamente de pé e conter o avanço desgraçado das organizações do crime organizado que atuam na região, desmatando, expulsando as populações originárias e atuando na contrabando de madeira e minérios.
Essas estratégias não apenas reduzem a emissão de carbono, já que entre 10 e 15% das emissões mundiais vêm do desmatamento aliado ao uso da terra, como também protegem a biodiversidade e os rios, diminuem a erosão e ampliam a polinização e o ecoturismo. A restauração florestal é um movimento de reconexão do homem com o seu ambiente natural.
Há todo um esforço do Governo Lula para mostrar-se como um exemplo ao mundo como a COP30, que certamente será o maior evento sobre clima até hoje realizado no mundo, pois terá como palco de realização a própria floresta Amazônica, com toda a realidade que a cerca e o enorme significado que tem no planeta.
De acordo com estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é esperado um fluxo de mais de 40 mil visitantes durante os principais dias da Conferência. Deste total, aproximadamente 7 mil compõem a chamada “família COP”, formada pelas equipes da ONU e delegações de países membros.
O próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tem manifestado o seu entusiasmo em relação à COP 30, ao dizer que será diferente de todas as outras: “Uma coisa é discutir a Amazônia no Egito; outra coisa é discutir a Amazônia em Berlim; outra coisa é discutir a Amazônia em Paris. Agora, não. Agora nós vamos discutir a importância da Amazônia dentro da Amazônia. Nós vamos discutir a questão indígenas, vendo os indígenas. Nós vamos discutir a questão dos povos ribeirinhos, vendo os povos ribeirinhos e vendo como eles vivem”, sentenciou o presidente.
Por José Osmando