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Brasil emprega 137 mil em janeiro, mas o mercado esperava só 51 mil novas vagas | José Osmando

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Está aí uma notícia muito boa para o país, reveladora da vitalidade da economia nesses últimos dois anos. O mercado de trabalho abriu 137.303 novas vagas de emprego com carteira assinada no mês de janeiro, derrubando mais uma vez as taxas de desemprego. Com esse resultado, ainda que tenha sido inferior a janeiro de 2024, o Brasil apresenta um saldo de 47,34 milhões de empregos formais, com aumento em relação ao mês de dezembro último (47,2 milhões) e também no lucro comparando-se a janeiro de 2024, quando o saldo de vagas com carteira assinada ficou em 45,69 milhões.

Os empregos tiveram elevação em quatro dos cinco setores essenciais da economia, registrando queda apenas no setor do comércio, apontada como dispensas realizadas nos empregos temporários de fim de ano, uma ocorrência bastante comum no país. A indústria foi o segmento que mais cresceu, com 70.428 novas vagas; serviços ficaram em segundo lugar, com crescimento de 45.165 novos empregos com carteira assinada; a construção civil acrescentou 36.373 empregos e a agropecuária trouxe mais 35.754 empregos novos.

Ocorreu também um crescimento da massa salarial. Em janeiro, o salário médio de admissão foi de R$ 2.251,33, representando um aumento real (acima da inflação) na comparação com o mês dezembro de 2024, que ficara em R$ 2.162,32. Igualmente, na comparação com janeiro do ano passado houve aumento, pois naquele mês o valor do salário de admissão ficou em R$ 2.210,58.

Esses dados revelados ontem pelo IBGE indicam também que a taxa anual de desemprego ficou na marca de 6,6%, a menor de toda a série histórica, inferior, portanto, à que havia sido registrada em 2014, quando ficou em 7%. Esse resultado de 10 anos atrás havia sido o menor já registrado no país, agora sendo superado pela primeira vez. A população ocupada no Brasil chega a 103,8 milhões, o maior nível da série. Isso significa que 58.7% das pessoas em idade de trabalhar no Brasil estão com trabalho efetivado, o que também representa o maior percentual da história.

Se essas notícias são positivas para a população, alentadoras de confiança no bom desenvolvimento da economia e esperança de melhoria de vida e bem-estar, há segmentos, contudo, que não enxergam dessa forma, como se observa nas análises do Conjuntura Resultado, feito pelo Valor Data- uma consulta destinada a  ouvir as  reações de lideranças do mercado-, revelando que “especialistas e dirigentes”, entendem que esses números vieram “mais que o dobro” do que eles esperavam.

Claramente, lideranças do mercado, com peso evidente entre dirigentes do setor financeiro e do agronegócio, mostram-se surpresas com esse desempenho, pois haviam se animado, certamente, com a queda nos empregos registrada no mês de dezembro passado. Esperavam que se repetisse, mas isso não aconteceu e os números vieram  além de qualquer expectativa.

Pelas previsões das instituições consultadas na Conjuntura Resultado, a média das opiniões indicavam que a quantidade de empregos gerados ficaria no limite de 51.508 novas vagas. A surpresa veio mais do que dobrada, com um acréscimo de 85.795 vagas acima do que eles desejavam.

A tão sonhada desaceleração da economia, uma ideia que tem movimentado fortes setores do mercado, que enxergam permanente risco de retorno da inflação em economia aquecida, parece que caminhará muito lentamente, se de fato acontecer, apesar dos enormes esforços que têm sido feitos para que aconteça.

 Uma prova desse empenho tem sido a pressão sobre o COPOM, o Comitê Monetário do Banco Central, para que continue elevando as taxas de juros Selic, com isso irradiando no sistema financeiro uma onda de juros altos, que dificulta os negócios de empreendedores, de empregadores. 

Com juros altos e redução no volume da oferta de crédito, comércio, indústria, serviços e agropecuária sofrem redução de suas capacidades, diminuindo produções, afetando emprego e renda e transferindo para consumidores finais , para as famílias, custos mais elevados e, assim, afetando o consumo. 

Tudo o que o Brasil não merece e não quer, sempre para satisfazer o deleite daqueles que lucram com juros altos, concentrando sempre mais riqueza nas mãos de poucos. E ainda pior, muitos deles especialistas nas práticas de sonegação e na transferência rotineira de dinheiro para paraísos fiscais, num dano irreparável para o país e sua gente.

Por José Osmando

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