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A conta das queimadas criminosas está chegando, e será muito amarga

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A conta dos estragos ambientais no Brasil está chegando.

Seca e fogo, o primeiro, como evento natural, certamente agravado pelos desequilíbrios climáticos; o segundo, que está devastando todos os biomas, com consequências danosas à saúde dos humanos, à morte de animais e à extinção de espécies raras da fauna e da flora, é um evento que tem as mãos do homem na sua origem e propagação.

Essa presença humana na montagem solitária ou organizada desses crimes tem sido provada pontualmente em várias partes do país, embora não se veja, até o momento, nenhuma ação do sistema de justiça para punir os atos criminosos que têm atuando nessa tragédia, embora já passem de 50 os inquéritos abertos pela Polícia Federal para investigar possíveis crimes ambientais ligados ao fogo na natureza.

Ainda hoje deparo-me com uma denúncia grave, registrada por uma articulista de grande jornal: quando o fogo se espalhava à margem da rodovia BR-010, numa propriedade em Conceição do Tocantins, perto da Chapada dos Veadeiros, uma equipe do IBAMA, com viatura descaracterizada, parou e flagrou o dono da fazenda. Era o próprio. E não teve como fugir. Admitiu que havia iniciado o incêndio. Alegou que era fogo “controlado”, para fazer um aceiro.

Esse flagrante foi na noite desse último domingo. O registro está posto e detalhado, como nome aos bois, assim como têm sido a constatações feitas em mais de 50 casos pela PF. Mas nada acontece. E já começam as articulações, as conversas de bastidores, as montagens e orientações, para que fogo e queimadas sejam levados aos palanques  das  próximas eleições de 2026, pelos opositores do atual governo, no intuito de responsabilizá-lo pelo que está acontecendo.

É certo que o Governo Lula demorou em agir diante desses eventos desastrosos. Talvez por não ter acreditado que viriam com tamanha intensidade. Talvez porque falte ao Governo uma marca de coordenação, de liderança unificada para fazer frente e dar resposta adequada a situações como a que agora se verifica.

Daí, vir agora o Presidente Lula assumir o comando de ações, convocando seus auxiliares para a montagem de um plano emergencial que tire o governo da defensiva e mostre resultados. Assim, também, ao perceber que essa realidade é de responsabilidade geral, cooperada entre todas as lideranças e poderes, ter Lula ligado ao Presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, para dizer que está preocupado com a gravidade das ocorrências e que precisam agir juntos.

No passo seguinte, o Presidente da República marcou para esta terça-feira reunião com os chefes dos Poderes (Judiciário e as duas Casas do Legislativo), e mais o Presidente do Tribunal de Contas da União, para que busquem caminhos adequados, amparados pela legislação, no sentido da contenção, da interrupção das queimadas, e no consequente trabalho de restauração. Nessa nova iniciativa, quer o governo, ainda nesta semana, reunir os governadores dos Estados, para que se juntem nessa enorme tarefa comum de retorno à normalidade.

Está chegando, como já se prenuncia, uma consequência grave: os preços das coisas certamente vão subir. Sobretudo de alimentos, uma vez que as produções estão seriamente afetadas, em todas as suas linhas de plantio e colheita. Não apenas as atividades do agronegócio serão impactadas, prejudicando em muito as exportações. Mas deverá haver severa redução nas safras de frutas e hortaliças, açúcar, café, milho, feijão, arroz, pressionando a inflação de setembro e outubro e levando alimentos mais caros à mesa dos brasileiros.

Era tudo o que o Brasil não merecia- numa hora de avanço da economia, até então com sinais positivos em todas as direções-, mas esta é, infelizmente, a mesa que começa a ser posta.

Por José Osmando

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