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Sexta-feira 13 de 1957: O impeachment de Muniz Falcão e o sangrento tiroteio na Assembleia Legislativa de Alagoas

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Governador Sebastião Muniz Falcão. Foto colorida por IA.
Governador Sebastião Muniz Falcão. Foto colorida por IA.

A fatídica sexta-feira, 13 de setembro de 1957, há exatos 67 anos,  marcou uma página sombria na história política de Alagoas e do Brasil.

A sessão de impeachment contra o governador Sebastião Muniz Falcão, longe de ser um debate democrático, transformou-se em um campo de batalha, envolvendo tiroteios que resultaram na morte de Humberto Mendes, cunhado do governador, e no ferimento de outras oito pessoas.

A oposição a Falcão, cuja administração desafiava a elite local com políticas sociais e a controversa taxação sobre a produção de cana-de-açúcar, viu no impeachment uma oportunidade de retomar o controle político.

A escalada de violência foi mais do que um reflexo de divergências partidárias. O Estado estava imerso em uma crise de governabilidade, com a Assembleia Legislativa dividida entre 22 deputados contrários a Falcão e apenas 13 a seu favor. A elite rural, que dominava a economia açucareira, não tolerava as políticas redistributivas do governador. A reação foi feroz, e o cenário político deteriorou-se até o ponto de ruptura, com o tiroteio envolvendo pistolas, metralhadoras e trincheiras, que transformou a Assembleia em um palco de guerra.

Mesmo após a intervenção federal ordenada pelo então presidente Juscelino Kubitschek, o conflito institucional persistiu. O impeachment foi inicialmente aprovado, mas o Supremo Tribunal Federal, em decisão histórica, anulou a deposição ao considerar que os apoiadores de Falcão foram excluídos da votação.

O governador reassumiu o cargo, mas a ferida aberta naquele 13 de setembro ecoa como um dos episódios mais violentos da política brasileira, revelando as tensões entre elites econômicas e propostas populares de governança.

Este evento é um exemplo clássico de como crises políticas regionais podem se transformar em símbolos nacionais de luta pelo poder, onde a violência muitas vezes se sobrepõe ao debate democrático.

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