Em um contexto cada vez mais desafiador para o esporte no Brasil, Marco La Porta, presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), destaca a urgente necessidade de transformar o país em uma verdadeira nação esportiva. Observando o exemplo dos países desenvolvidos, ele ressalta que esses países não apenas investem significativamente em esportes, mas também integram essa prática às áreas de educação, saúde e cultura, estabelecendo estruturas profundamente enraizadas na sociedade. Tais iniciativas, mesmo estando à prova ao longo do tempo, mostraram-se altamente eficientes, tanto nos resultados esportivos como nos benefícios sociais.
A centralidade do esporte se reflete em estudos que apontam que, para cada real aplicado, o retorno financeiro se multiplica, especialmente em setores como saúde pública, segurança e educação. Isso enfatiza a contradição em posturas que colocam em risco mecanismos como a Lei de Incentivo ao Esporte (LIE), especialmente em tempos que demandam cortes orçamentários. Segundo La Porta, o esporte não apenas reverte recursos substanciais para os cofres públicos, mas também catalisa transformações sociais profundas.
Durante seu mandato nos próximos quatro anos, La Porta se compromete a expandir a base de praticantes do esporte no país. Embora o foco principal do COB seja o alto rendimento, é essencial fomentar a formação de novos ídolos, apoiando a estrutura que possibilita essa trajetória. Desde a implementação da LIE em 2007, o cenário esportivo brasileiro passou por transformações avassaladoras. É indiscutível a relevância social e educacional dos projetos apoiados por essa lei, que são vitais para formar cidadãos imbuídos dos valores esportivos.
A luta política pela manutenção da LIE tem gerado momentos de apreensão, porém também de esperança, alimentada pela atuação decidida de parlamentares que defendem o movimento esportivo nacional. Nesse contexto, diversos projetos e ideias surgem para garantir a continuidade desse importante instrumento, vendo-o não só como um mecanismo, mas como uma política de estado essencial para o Brasil.
Dados da Unesco revelam que programas esportivos podem reduzir significativamente a evasão escolar e a criminalidade, além de gerar economia em investimento público. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e relatórios do Banco Mundial confirmam que os investimentos em esporte trazem retornos muito maiores que os dispêndios iniciais. Ainda assim, o país destina uma parcela ínfima do orçamento federal para o esporte, reforçando a urgência de uma ferramenta como a LIE.
O COB, sob a liderança de La Porta, visa ser um braço técnico essencial, propagando conhecimento e treinamento por todo o território nacional, além de contribuir para melhorias e até a criação de novas infraestruturas esportivas. Embora o foco em formar campeões como Rebeca Andrade e Isaquias Queiroz persista, é vital reconhecer que a verdadeira transformação acontece na formação dos 99,99% de praticantes que não chegam ao pódio, mas que, através do esporte, tornam-se agentes de mudança em suas comunidades. A ampliação da LIE é percebida como crucial para perpetuar esses benefícios que transcendem a busca por medalhas, criando um legado que ressoa em todo o tecido social brasileiro.
Com informações do Comitê Olimpico do Brasil
Legenda Foto: “Para que o Brasil se torne uma nação esportiva, é essencial ampliar a base de praticantes e ver o esporte como uma política de estado, não apenas um mecanismo. Investir no esporte traz retornos significativos para a saúde, educação e segurança pública. A manutenção e ampliação da Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) são fundamentais para formar novos campeões e promover transformações sociais. Foto: Rafael Bello/COB”