A medalha de prata conquistada por Isaquias Queiroz na competição de canoagem velocidade dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 tem um protagonista importante nos bastidores: o técnico Lauro de Souza Júnior, carinhosamente chamado de Pinda. Foi a orientação precisa do treinador que inspirou Isaquias a dar uma impressionante arrancada nos últimos 250 metros da prova de C1 1.000m, garantindo-lhe um lugar no pódio. A arrancada final do canoísta baiano o levou da quarta posição, onde estava sob pressão de dois adversários, para a conquista de mais uma medalha em sua carreira olímpica, a quinta ao todo.
Pinda assumiu o papel de técnico principal após a morte do lendário espanhol Jesús Morlán, quem teve um impacto transformador na canoagem velocidade do Brasil antes de falecer em novembro de 2018. A tática decisiva para a final, elaborada por Pinda, envolvia confiar na força e velocidade excepcionais de Isaquias no trecho final da corrida. Esta estratégia foi fundamental na conquista do resultado. “Lembrei do que Pinda me falou que eu quem tem a melhor subida no final”, revelou Isaquias, pontuando a importância das palavras do treinador no momento decisivo da prova.
O treinador, por sua vez, reconheceu que o desempenho de Isaquias nos primeiros três quartos da prova não foi conforme o planejado, mas destacou a resiliência do atleta para reverter a situação na reta final. “Não estava nos planos ficar tão longe da cabeceira da prova, a gente queria estar mais à frente, mas eu pedi para o Isaquias seguir a intuição dele, tentar marcar a prova, mas seguir sua intuição, porque a gente chega rápido. E a minha palavra que falei para ele é que ninguém tinha uma troca igual a dele, ninguém tinha um final igual a dele aqui nessa pista”, explicou Pinda.
A relação de cumplicidade entre Isaquias e Pinda é uma continuação do legado deixado por Jesús Morlán, com quem Pinda trabalhava como auxiliar em Lagoa Santa, Minas Gerais. Refletindo sobre sua jornada durante a competição, Isaquias mencionou ambos os treinadores, destacando a importância de suas instruções. “Eu tirei gás da onde não tinha ali. Eu estava quase em quinto e pensei que não tinha mais como passar ninguém ali. Subi e arrisquei tudo, achei que daria. Se eu passasse o Zakhar Petrov (russo competindo pelos Atletas Individuais Neutros), eu ganharia a medalha. Era só segurar até o final, e é como o Jesús falava, e como o Pinda fala, no final só solta a remada, não tem mais força, não tem mais braço, é só soltar a remada e deixar o barco andar. Acabei soltando bastante e consegui a medalha de prata, que é um grande feito para mim”, relatou Isaquias.
Com esta medalha de prata, Isaquias Queiroz se consolidou ainda mais como um dos maiores nomes do esporte olímpico brasileiro, ao lado dos ex-velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, os únicos atletas do país com o mesmo número de medalhas em Jogos Olímpicos. Isaquias fez questão de expressar sua gratidão ao seu treinador: “A gente treinou bastante, o Lauro passou tudo certinho. E eu sou muito grato ao Lauro pela confiança e todo o trabalho que ele fez nos últimos meses.” A parceria entre o atleta e seu treinador evidencia a importância de uma orientação precisa e de um relacionamento de confiança para o sucesso nos esportes de alto rendimento.
Com informações do Comitê Olimpico do Brasil
Legenda Foto: Declaração do treinador Lauro “Pinda” foi fundamental para prata de Isaquias em ParisMultimedalhista lembrou que substituto de Jesús Morlán lhe fez acreditar que era possível dar arrancada espetacular no fim que assegurou quinto pódio olímpico ao canoísta baiano
Pinda coloca medalha de Isaquias no peito e é reverenciado pelo canoísta – Foto: Alexandre Loureiro/COBNavegue por tópicosA conquista da medalha de prata de Isaquias Queiroz na canoagem velocidade dos Jogos Paris 2024 teve importante participação do técnico Lauro de Souza Júnior, o Pinda. Foi nele que o canoísta pensou ao dar a arrancada sensacional nos últimos 250m do C1 1.000m, para sair da quarta posição — ameaçado por dois adversários — para o pódio, o quinto do baiano de 30 anos em Jogos Olímpicos.Substituto do lendário espanhol Jesús Morlán, técnico que revolucionou a canoagem velocidade brasileira e faleceu em novembro de 2018, Pinda indicou a tática para o seu comandado momentos antes da decisão na raia de Vaires-sur-Marne, a 30km da capital francesa: acreditar na força e velocidade de Isaquias no trecho final da concorrida prova.“Lembrei do que Pinda me falou que eu quem tem a melhor subida no final”, disse Isaquias.O treinador explicou que o desempenho do seu ilustre atleta ficou aquém do projetado nos primeiros três quartos da decisão e celebrou o sprint fantástico.“Não estava nos planos ficar tão longe da cabeceira da prova, a gente queria estar mais à frente, mas eu pedi para o Isaquias seguir a intuição dele, tentar marcar a prova, mas seguir sua intuição, porque a gente chega rápido. E a minha palavra que falei para ele é que ninguém tinha uma troca igual a dele, ninguém tinha um final igual a dele aqui nessa pista”, comentou o técnico.A cumplicidade entre Isaquias e Pinda tem a benção de Jesús, de quem o atual técnico era auxiliar nos treinamentos na mineira Lagoa Santa, a 30km de Belo Horizonte. Certeza disso é que o multimedalhista olímpico citou os dois ao falar sobre a busca incessante pela prata em Paris:“Eu tirei gás da onde não tinha ali. Eu estava quase em quinto e pensei que não tinha mais como passar ninguém ali. Subi e arrisquei tudo, achei que daria. Se eu passasse o Zakhar Petrov (russo competindo pelos Atletas Individuais Neutros), eu ganharia a medalha. Era só segurar até o final, e é como o Jesús falava, e como o Pinda fala, no final só solta a remada, não tem mais força, não tem mais braço, é só soltar a remada e deixar o barco andar. Acabei soltando bastante e consegui a medalha de prata, que é um grande feito para mim”, explicou o canoísta.Homem brasileiro com mais medalhas olímpicas, ao lado do ex-velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, Isaquias fez questão de agradecer a Pinda:“A gente treinou bastante, o Lauro passou tudo certinho. E eu sou muito grato ao Lauro pela confiança e todo o trabalho que ele fez nos últimos meses.”