Após dois meses de árdua e meticulosa preparação nas águas de Marselha, que será o palco das competições de Vela nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, João Siemsen e Marina Arndt, representantes brasileiros na classe Nacra 17, estão prontos para estrear neste sábado (3). A dupla, formada durante a Pandemia, tem como objetivo principal surpreender seus adversários e se destacar na concorrida competição. Conhecidos por seu catamarã batizado com o curioso nome ‘Chitãozinho e Xororó’, João e Marina adquiriram um profundo entendimento da raia olímpica e chegam ao evento com o prestígio de terem alcançado o top 10 no Mundial da classe, realizado em maio passado, na França.
João Siemsen comentou sobre os desafios enfrentados na preparação: “Estamos há mais de dois meses em Marselha, e as condições aqui são bastante difíceis e distintas. A raia é aberta, com ventos irregulares, o que se assemelha a jogar futebol num campo esburacado. Essas condições podem nivelar as chances, permitindo que equipes menos favorecidas teoricamente possam surpreender. Adaptamo-nos bem a essas adversidades, o que se revelou um de nossos pontos fortes. Dias complicados na raia exigem não apenas habilidade, mas também sorte e uma análise meticulosa do campo de regata, o que nos favorece por estarmos aqui há bastante tempo.”
João, aos 32 anos, e Marina, aos 23, fazem sua estreia em Jogos Olímpicos, mas são herdeiros de uma linha de tradição na vela. Com ascendência em famílias de velejadores, desde cedo estiveram imersos no universo deste esporte que já rendeu 19 pódios olímpicos ao Brasil. “Meu pai conquistou o ouro no Pan de 1982, em Caracas, e meu avô foi vice-presidente da Federação Internacional de Vela. Cresci num ambiente natural de prática esportiva, e com apenas nove ou dez anos já estava competindo em um barco”, relembra João Siemsen.
Marina compartilha um início similar na vela: “Comecei aos sete anos, influenciada pelo meu pai, que também é velejador. Sempre quis transmitir essa paixão pelo mar e pelos ventos ao meu irmão e a mim.”
Além do notável desempenho no Mundial da classe Nacra 17, onde garantiram a décima colocação em maio na França, João e Marina também possuem outros impressionantes feitos no currículo. Destacam-se o vice-campeonato na etapa holandesa da Copa do Mundo de 2022 e o título americano do mesmo ano.
“Foi uma verdadeira batalha chegar até aqui e conquistar este top 10 no Mundial. A competição é acirrada, todos os países investem muito nesse esporte, e fomos persistentes. Nossa expectativa inicial era menor do que é hoje, mas crescemos rapidamente e agora temos um sonho em aberto. Estamos determinados a lutar pelo topo e não queremos nos limitar com expectativas,” comentou João Siemsen.
Sobre o nome da embarcação, João explica a escolha de ‘Chitãozinho e Xororó’: “Nosso catamarã é uma dupla de barcos, então decidimos homenagear a dupla mais icônica do Brasil. ‘Chitãozinho e Xororó’ cantam ‘Evidências’, o hino popular que todo brasileiro conhece. Achamos que mereciam essa homenagem.”
Assim, com uma combinação de dedicação, tradição e inspiração cultural, João Siemsen e Marina Arndt partem em busca de um desempenho histórico nas águas olímpicas de Marselha.
Com informações do Comitê Olimpico do Brasil
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