A história de Maria Eduarda Adonias Santana, carinhosamente conhecida como Duda, é uma verdadeira jornada de superação e paixão pelo esporte. Aos nove anos, a jovem vivenciou uma mudança significativa em sua vida. A perda de seu avô motivou a família a se mudar de Palmas para Remanso, uma cidade com cerca de 40 mil habitantes no interior da Bahia, perto de Juazeiro. Mesmo com a mudança, o amor de Duda pelo futebol permaneceu inabalável. “Na Bahia, eu vivia em uma fazenda isolada. Meus irmãos e eu sempre escolhemos o futebol como diversão”, recorda.
Durante sua estadia de três anos na Bahia, Duda desenvolveu também um interesse pelo atletismo, treinando salto em distância e corrida de 400 metros. Entretanto, o retorno para a capital do Tocantins trouxe novos desafios, já que ela não encontrou instalações adequadas para continuar no atletismo. No entanto, foi nesse momento que surgiu a chance de integrar o time de futsal da sua escola, inicialmente como zagueira. Este ano, o time enfrentou um dilema: precisava urgentemente de uma goleira. Duda, a princípio relutante, acabou aceitando o desafio após as insistências das colegas.
O técnico Willian Brito Alves relembra que a equipe estava apreensiva para ocupar a posição de goleira, mas Duda aceitou a responsabilidade com a condição de ter os equipamentos de proteção adequados. “Respirei aliviado, pois isso estava facilmente resolvido”, conta Alves. E a escolha se mostrou acertada. Após treinos intensivos, Duda descobriu seu talento natural para a posição que, inicialmente, lhe causava receio. “Treinei como goleira nos jogos regionais e fui muito bem. Agora estou aqui nos Jogos da Juventude”, celebra Duda. Ela se destacou no jogo de estreia contra Minas Gerais, surpreendendo-se com a quantidade de defesas difíceis que conseguiu.
Willian destaca as qualidades essenciais de Duda para uma goleira: tranquilidade, frieza, altura, flexibilidade e uma boa força de braço. A jovem sonha em seguir carreira profissional no esporte, mas também considera cursar Educação Física caso o futebol não seja sua trajetória definitiva. Sua história é exemplo de que a dedicação e a paixão podem abrir portas inesperadas.
Duda possui um ritual peculiar antes das partidas: ouve música, especialmente forró, para se concentrar. Esse hábito a ajuda a manter a calma e melhorar seu foco. Quando o jogo termina, as músicas se tornam o pano de fundo das comemorações – ou consolos – do time.
O retorno do futsal aos Jogos da Juventude, após um hiato, reacendeu a paixão pela modalidade. Popular nas escolas, o futsal voltou a integrar o evento realizado em Brasília, oferecendo novas oportunidades para jovens atletas, principalmente mulheres. “É crucial que o futsal esteja presente, pois promove a inclusão das meninas no esporte, ainda mais em um país onde o futebol feminino tem menos visibilidade”, reflete Willian Brito Alves.
Maria Eduarda Adonias, protagonista deste relato, exemplifica os desafios e conquistas que as jovens esportistas enfrentam. A história dela ressoa com a de outras notáveis atletas que começaram nos Jogos da Juventude, como Jheniffer Cordinali, medalhista olímpica, e jogadoras renomadas como Andressinha e Thaisa Moreno, que também vestiram a camisa da seleção brasileira. Assim, os Jogos continuam a ser uma plataforma vital para o desenvolvimento de futuros talentos olímpicos.
Com informações do Comitê Olimpico do Brasil
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Duda Adonias: Da Zaga ao Gol nos Jogos da Juventude
A jovem Maria Eduarda Adonias Santana, goleira do Tocantins, encontrou seu lugar no futsal após mudanças na vida e no esporte. De zagueira a goleira, Duda se destacou nos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025, superando desafios e demonstrando paixão pelo esporte. Foto por Abelardo Mendes Jr/COB.