Na segunda-feira, dia 29, a pugilista baiana Bia Ferreira brilhou nos ringues ao derrotar a americana Jajaira Gonzalez por decisão unânime na categoria -60kg. Com essa vitória, Bia está a apenas uma luta de garantir vaga na semifinal em Paris, o que lhe asseguraria, no mínimo, uma medalha olímpica, já que o boxe olímpico não inclui a disputa pelo bronze. Mostrando determinação, Bia superou facilmente a atleta medalhista de bronze dos Jogos Pan-Americanos de Santiago.
“Foi uma boa estreia. A gente lutou há pouco tempo, no Pan, e eu sabia que ela tentaria uma estratégia diferente. Desta vez, ela veio para cima, mas não teve sucesso. Tudo correu conforme o planejado, sem grandes surpresas. Estou no jogo. Quero muito mais uma medalha olímpica, mas é uma luta de cada vez”, relatou a baiana de 31 anos, que assumiu ter sentido um nervosismo inicial antes do combate. “Fiquei ansiosa, com a adrenalina à flor da pele. Mas eu sou a que mais deseja ser campeã olímpica, e não podia deixar isso me atrapalhar. Vim para mostrar o trabalho duro dos últimos três anos”, afirmou Bia, que já ostenta o título de campeã mundial.
O treinador principal da equipe brasileira, Mateus Alves, comentou sobre a estreia: “Por mais experiente que a Bia seja, a estreia traz uma tensão natural. No primeiro round, ela deixou a americana avançar, mas no segundo round, já estava mais solta. No terceiro, jogamos com o resultado. Na próxima luta, todos verão a Bia ainda mais à vontade”, garantiu Mateus.
Enquanto Bia segue firme na disputa, Abner Teixeira, medalhista de bronze em Tóquio, foi surpreendido e eliminado pelo equatoriano Gerlon Chala na categoria superpesado (+92kg). Abner teve obstáculos adicionais em seu ciclo olímpico, incluindo uma séria lesão no joelho direito que demandou uma recuperação extensa. Mesmo assim, conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023. Na luta contra Chala, a pontuação adversa do primeiro round foi determinante, apesar da melhora de Abner nos rounds subsequentes.
“Quero assistir à luta para analisar meus erros. Mudei a estratégia durante o combate e achei que tivesse feito o suficiente, mas não foi o bastante. Sou muito competitivo e queria fazer história novamente. Agora é voltar para casa e refletir sobre os próximos passos”, declarou o pugilista.
O boxe brasileiro, que teve sua melhor performance olímpica em Tóquio com uma medalha de ouro, uma de prata e uma de bronze, conta com um ciclo olímpico promissor. Dez atletas brasileiros asseguraram vagas para Paris 2024, sendo o país com o maior número de representantes no torneio de boxe.
Em destaque também está Keno Marley, medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, que estreou com vitória no domingo e avançou às quartas de final. No próximo dia 1, enfrentará o uzbeque Lazizbek Mullojonov. Na terça-feira, dia 30, Michael Trindade enfrentará o cubano Alejandro Claro na categoria -51kg; Wanderley Pereira enfrentará o haitiano Cedrik Belony-Duliepre na categoria -80kg; e Tatiana Chagas disputará contra a coreana Aeji Im na categoria -54kg.
A equipe ainda conta com outros atletas promissores como Caroline Almeida, Jucielen Romeu, Barbara Santos, Luiz Oliveira, conhecido como Bolinha e neto do medalhista olímpico Servílio de Oliveira, que estrearão nos próximos dias na competição parisiense.
Com informações do Comitê Olimpico do Brasil
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