Beatriz Souza se consagra no Olimpo: o novo ouro do judô brasileiro em Paris 2024

No palco do Palais Éphémère da Arena Champs-de-Mars, em Paris, a judoca Beatriz Souza gravou seu nome na história do esporte brasileiro. Aos 26 anos, Bia alcançou o ápice da carreira ao conquistar a medalha de ouro na categoria pesado (acima de 78kg) nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Com isso, ela se junta ao seleto grupo de campeões olímpicos do judô brasileiro, ao lado de Aurélio Miguel, Rogério Sampaio, Sarah Menezes e Rafaela Silva.

Sua jornada até o ouro foi marcada por determinação e uma notável habilidade técnica e psicológica. Sarah Menezes, medalhista de ouro em Londres 2012, destacou a importância do controle emocional: "O diferencial é manter a calma, porque ajudou, né? Todo mundo treina. A cabeça é o principal, e ela conseguiu ter o controle emocional. Ela conseguiu lutar direitinho, não desistiu da estratégia, foi até o fim. Então isso firmou, garantiu a medalha dela".

Bia enfrentou quatro lutas até chegar ao lugar mais alto do pódio. Em sua estreia, ela não teve dificuldades para derrotar Izayana Marenco, da Nicarágua, com um ippon. Na sequência, nas quartas de final, ela encontrou um combate mais duro contra a sul-coreana Hayun Kim, medalhista de bronze no Campeonato Mundial deste ano. Mesmo em uma luta acirrada, Bia reverteu uma entrada da adversária e aplicou um waza-ari crucial para avançar.

A semifinal apresentou seu maior desafio: a francesa Romaine Dicko, número 1 do ranking mundial e esperança de ouro local. Apesar do retrospecto desfavorável e da torcida majoritariamente contra, Beatriz manteve a calma e executou uma performance impecável. Controlando o combate com maestria, ela imobilizou Dicko, levando a adversária à desistência.

“Eu consigo concentrar totalmente ali na luta, no meu momento. Eu estou focada em mim, no que eu quero fazer, no que eu sei fazer e, independente de quem está ali na minha frente, eu sei que eu estou preparada, sei que estava muito bem preparada pra isso. Focar só mesmo no técnico, ver o que a Sarinha estava falando, conseguir colocar ali em prática, fazer o ajuste que estava sendo necessário, mas eu realmente consigo, eu consigo bloquear toda a torcida”, afirmou Bia após a vitória.

No domingo, o judô brasileiro já havia obtido uma prata com Willian Lima (até 66kg) e um bronze com Larissa Pimenta (até 52kg), elevando ainda mais a moral da equipe. Na disputa pelo ouro, Beatriz teve um desempenho dominante contra a israelense Raz Hershko. Com um waza-ari, a brasileira selou sua conquista histórica.

Este ouro assegura a Beatriz Souza um lugar eterno no panteão dos grandes campeões olímpicos, fortalecendo ainda mais a tradição do judô brasileiro e inspirando futuras gerações de atletas. Seu feito é um testemunho de habilidade, resiliência e precisão técnica – ingredientes essenciais para qualquer campeão olímpico.

Com informações do Comitê Olimpico do Brasil
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