Beatriz Ferreira brilhou mais uma vez no cenário olímpico ao conquistar a medalha de bronze no boxe na categoria até 60 kg nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Na manhã deste sábado (3), a talentosa pugilista brasileira enfrentou um desafio árduo na semifinal contra a irlandesa Kellie Harrington. Em um confronto acirrado, a decisão dividida dos juízes (4 x 1) resultou na vitória da atual campeã olímpica, deixando Bia com a terceira posição no pódio e a segunda medalha olímpica de sua carreira.
“Foi uma grande luta. Demos um espetáculo. Infelizmente, não foi o resultado que eu queria. Não tem muito tempo para lamentar. Não encerrei no boxe olímpico como queria, que era com chave de ouro, todo mundo sabe disso. Eu vim para cá com um grande objetivo que era estar em mais uma final. Consegui completar um pouco da missão e ter uma outra medalha. Missão metade realizada com sucesso. Eu perdi para a atual campeã olímpica. Não é qualquer pessoa. Sabia que seria um combate difícil. Entreguei o que tinha para entregar. Eu sei que podia fazer muito melhor. Não tem muito o que lamentar. Infelizmente não deu. Desculpa ter decepcionado alguém, mas quem mais queria era eu”, declarou Bia com uma mistura de orgulho e frustração.
Este confronto trouxe à tona memórias da final dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, onde Ferreira também enfrentou Harrington e terminou com a medalha de prata após uma decisão unânime dos juízes (5 x 0). Este foi o primeiro reencontro das duas pugilistas desde então, um duelo aguardado e significativo, já que ambas não haviam se enfrentado durante o ciclo preparatório para Paris.
No combate de sábado, Bia Ferreira entrou no ringue determinada a impor seu ritmo desde o primeiro round. No entanto, Harrington rapidamente encurtou a distância, pressionando a brasileira. No segundo round, Bia conseguiu reverter um pouco da desvantagem, mostrando maior efetividade e dominando mais as ações. A decisão final ficou para o último round, com intensas trocações de golpes. Apesar dos esforços de Bia, a irlandesa novamente demonstrou sua superioridade e venceu por decisão dividida (4 a 1), avançando para a final e deixando a brasileira com o bronze.
Ainda que visivelmente emotiva, Bia demonstrou maturidade ao reconhecer seu desempenho e o valor da equipe que a apoia. “Sentida com isso, mas é bola para frente. Tenho outros objetivos, agora é focar nisso e trazer orgulho para o meu país, para a minha equipe. Quero agradecer a todo mundo que me ajudou a chegar até aqui. Não existe um campeão sozinho. Se eu tenho duas medalhas hoje é porque tenho uma equipe sensacional e eu morro de orgulho deles. Queria presenteá-los, ser campeã olímpica, queria dar essa medalha de ouro porque todos merecem muito e todos treinamos muito para isso. Eles estudaram muito para facilitar o meu treino de hoje, a minha performance, mas não foi o suficiente. Eu quero agradecer demais a todos eles. Não vou falar nomes porque posso esquecer alguns, mas todos eles são sensacionais e muito obrigada. Agora tem uma nova missão e é deixar eles cheios de orgulho no boxe profissional”, disse a pugilista, focando no futuro e na transição para o boxe profissional.
A conquista de mais uma medalha olímpica reforça a trajetória brilhante de Beatriz Ferreira no boxe e aumenta a expectativa para sua carreira no mundo profissional. Mesmo sem a sonhada medalha de ouro nesta edição, Bia segue como um ícone do esporte brasileiro, inspirando jovens atletas com sua determinação e espírito de luta.
Com informações do Comitê Olimpico do Brasil
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