logo_mco_2023_200X75
logo_mco_120X45

Publicidade

Publicidade

Atletas Destacam Importância de Ambiente Seguro Durante Fórum Esporte Seguro do COB – Foto: Bruno Lorenzo/COB

COMPARTILHE

Durante o I Fórum Nacional do Esporte Seguro, promovido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) no Rio de Janeiro, os atletas Jade Barbosa, Angélica Kvieczynski e Gabriel Campolina compartilharam suas experiências e destacaram a importância de um ambiente esportivo saudável. O evento, ocorrido na última terça-feira, 03, reuniu essas três figuras emblemáticas de diferentes modalidades, como ginástica artística, ginástica rítmica e taekwondo, respectivamente, para discutir questões relacionadas à segurança e bem-estar no esporte.

Jade Barbosa e Angélica Kvieczynski abordaram mudanças necessárias na cultura de treinamento em suas modalidades, especialmente sobre a questão do peso, a quantidade de treinamento e as exigências impostas por treinadores. Angélica, que atualmente trabalha como treinadora de ginástica rítmica na Irlanda, refletiu sobre a necessidade de não replicar os abusos que sofreu no passado. Ela revelou a dificuldade emocional de compartilhar suas experiências e criticou a falta de apoio institucional na época em que decidiu expor a realidade de violência que vivenciou.

Jade Barbosa, por sua vez, destacou que a sua transição de um clube com uma abordagem mais familiar para a seleção brasileira foi marcada pela falta de diálogo e apoio emocional. Ela também compartilhou um ponto em comum com Angélica, ao ser criticada por expor as deficiências de um ambiente esportivo inseguro. Jade acredita que um ambiente mais acolhedor e seguro poderia ter potencializado ainda mais seus resultados durante sua carreira.

Gabriel Campolina, atleta do taekwondo, trouxe à tona um incidente de racismo que sofreu em uma estação de metrô de São Paulo. Ele enfatizou a importância de manter a calma e olhar para o futuro, ressaltando que uma resposta negativa poderia ter comprometido sua carreira. Gabriel seguiu o conselho de sua mãe, mantendo um olhar positivo e proativo, o que o ajudou na sua trajetória como atleta e como pessoa.

Além dos relatos dos atletas, o Fórum contou com a participação de palestrantes internacionais renomados como Kirsty Burrows, líder da Unidade de Esporte Seguro do Comitê Olímpico Internacional (COI), e Mônica Rivera e Hannah Hinton, do U.S. Center for SafeSport, entre outros. As palestras enfocaram áreas cruciais como proteção, saúde mental e boas práticas dentro do ambiente esportivo.

O Programa Esporte Seguro (PES), uma iniciativa do COB, visa promover uma cultura de prevenção e enfrentamento de situações inseguras, adotando melhores práticas conforme a legislação vigente. Sua implementação inclui cursos como o de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e Abuso no Esporte, além do Curso Esporte Antirracista, entre outros. Esses cursos foram obrigatórios para todos os participantes da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 e continuam a ser exigidos em todas as missões do Time Brasil.

A dedicação do COB em criar um ambiente seguro e acolhedor para todos os envolvidos no esporte é evidenciada por ações como a presença de oficiais de salvaguarda, verificação de antecedentes criminais e canais de ouvidoria. Essas medidas visam garantir que todos os atletas possam competir e treinar em um ambiente respeitador e seguro, alinhado com os princípios de ética e integridade.

Ao abordar diretamente desafios enfrentados por atletas e promover a implementação de práticas saudáveis e seguras, o COB reafirma seu compromisso com a integridade e o bem-estar no esporte, essencial para o desenvolvimento e sucesso dos atletas.

Com informações do Comitê Olimpico do Brasil
Legenda Foto: COBDurante Fórum Esporte Seguro, atletas compartilham experiências e mostram a importância de um ambiente esportivo saudávelGinastas Jade Barbosa e Angelica Kvieczynski, e Gabriel Campolina, do taekwondo, participaram da mesa redonda “Voz dos atletas” no evento do COB nesta terça, 03Atletas Jade Barbosa e Gabriel Campolina relatam experiências no Fórum Nacional do Esporte Seguro – Foto: Bruno Lorenzo/COBTagsInstituto Olímpico BrasileiroEsporte SeguroNavegue por tópicosA voz dos atletas é fundamental na criação de um ambiente esportivo seguro. Por isso, o I Fórum Nacional do Esporte Seguro, promovido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), no Rio de Janeiro, nesta terça, 03, contou com presença de Jade Barbosa, da ginástica artística; Angelica Kvieczynski, da ginástica rítmica, e Gabriel Campolina, do taekwondo, que sofreram situações de violência e mostraram indiretamente como os investimentos para prevenir as situações de insegurança e reconhecer e responder aos desvios éticos são extremamente importantes.Angélica e Jade tocaram em pontos muito importantes sobre a mudança da cultura de treinamento dentro da modalidade, principalmente com questões relacionadas ao peso, quantidade de treinamento e exigências por parte de integrantes da comissão técnica. E das críticas que sofreram por falarem sobre viverem um ambiente insegurança para a prática esportiva.“O COB me ajudou muito, tem um programa lindo que é o de transição de carreira. Atualmente, sou treinadora de ginástica rítmica na Irlanda. Ver o brilho nos olhos das minhas atletas de tentar ser a melhor atleta do país, de chegar a uma seleção não tem preço. Hoje eu tenho foco em não replicar nada do que aconteceu comigo. Não foi fácil falar com elas, foi muito difícil. Acabei ficando triste depois de falar. Recebi muitas críticas dizendo que eu queria aparecer, queria mídia, pessoas do meio dizendo que eu queria acabar com a minha modalidade. Em algum momento me senti excluída. Senti falta de um acolhimento das instituições envolvidas, de traçar uma estratégia para que isso não se repetisse, que nenhuma menina mais fosse agredida. O sentimento era que o que eu fiz não tinha mais valor. Agora, estou fazendo um projeto de reestruturação da Ginástica Rítmica na Irlanda nos últimos dois anos. Estou provando que ter uma metodologia sem abuso dá resultado. Sou uma mulher, tenho meus instintos maternos e quero prover o melhor para minhas atletas”, contou Angélica, que participou de maneira online, diretamente da Irlanda, onde mora e trabalha.“Vim de um clube que tinha um olhar mais individualizado, era como uma família. Quando cheguei na seleção, era uma outra realidade. Não existia o compromisso de ter um diálogo. Nós conquistamos isso. Eu também ouvi, assim como a Angélica, que eu queria acabar com a minha modalidade, que eu poderia ter feito de outra maneira. Eu escondi do meu pai que eu tinha tido cálculo renal e estava internada num hospital longe da minha família. Passamos por muita coisa ao longo desse tempo, mas hoje vemos que estamos no caminho certo. Acredito que se tivesse todo esse carinho que temos hoje durante toda a minha carreira, talvez os meus resultados fossem ainda melhores”, completou Jade. Gabriel viveu há alguns meses uma situação de violência fora do ambiente esportivo, mas que, segundo ele, poderia ter influenciado em toda sua carreira caso tivesse tido alguma atitude diferente da que teve. Ele foi vítima de racismo numa estação de metrô em São Paulo.“Tive que olhar pra frente para que essa situação não atrapalhasse o que eu quero ser. Eu quero ser campeão mundial, campeão olímpico e eu sei que se eu reagisse de uma maneira errada, isso iria atrapalhar meu futuro. Se eu tiver um temperamento negativo, um temperamento agressivo, eu vejo que eu também vou agir em casa, no treino. Os pensamentos que me dominaram naquela hora não podem me dominar sempre. Por conta dessa situação, eu fui parar na televisão, mas me tornei conhecido por ser atleta. Consegui reverter essa situação. Hoje, me tornei a pessoa brincalhona, comunicativa que eu sempre quis. Segui o conselho da minha mãe: olhe para frente e para o alto”, contou.Além dessa mesa redonda, o Fórum contou com apresentações de grandes palestrantes internacionais como Kirsty Burrows, líder da Unidade de Esporte Seguro do Comitê Olímpico Internacional (COI), que abrange as áreas de proteção e saúde mental; Mônica Rivera, vice-presidente de Educação e Pesquisa, e Hannah Hinton, vice-presidente de Desenvolvimento Organizacional e Compliance, ambas do U.S. Center for SafeSport; e Havard B. Ovregard, conselheiro sênior do Comitê Olímpico e Paralímpico Norueguês e da Confederação de Esportes da Noruega desde 2007.O Programa Esporte Seguro no COBO Programa Esporte Seguro (PES) visa tornar o esporte um lugar seguro para todas e todos, contribuir para uma cultura de prevenção, reconhecimento, enfrentamento e adoção de boas práticas no ambiente esportivo, conforme a legislação vigente. A implementação de princípios gerais de segurança, bem como a busca por prover um ambiente seguro, acolhedor e respeitador, é essencial. Para o COB, proteger tanto atletas quanto todos os envolvidos com o esporte deve ser uma missão constante.Os cursos de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e Abuso no Esporte, com a edição para adultos, lançada em março de 2020, e a edição Abuso e Assédio Fora de Jogo – para jovens, desde fevereiro de 2021, e o Curso Esporte Antirracista: Todo Mundo Sai Ganhando, inaugurado em abril de 2021, foram obrigatórios para atletas e membros de delegação que participaram dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 e seguem para todas as demais missões do Time Brasil. O PES também está presente em todos as Missões do Time Brasil, com oficiais de salvaguarda, verificação de antecedentes criminais, Canal de Ouvidoria e Ética e palestras educativas presenciais e online.TagsInstituto Olímpico BrasileiroEsporte Seguro

0

LIKE NA MATÉRIA

Publicidade