Milly Lacombe, uma renomada jornalista e comentarista esportiva, trouxe à tona uma reflexão importante sobre a cultura de machismo presente no futebol, que se revela como um dos últimos bastiões de desigualdade de gênero. Em sua análise, Lacombe destaca que, apesar dos avanços na luta por igualdade e respeito em diversos setores da sociedade, o meio esportivo ainda retém uma resistência significativa a mudanças.
A presença feminina no futebol tem crescido ao longo dos anos, tanto em termos de jogadoras quanto de profissionais no entorno do esporte, como comentaristas e repórteres. Contudo, essa mudança ainda enfrenta a crônica obstinação do machismo. A comentarista argumenta que o futebol, enquanto prática social e cultural, reflete não apenas a paixão dos torcedores, mas também as dinâmicas sociais mais amplas que perpetuam a desigualdade. O ambiente muitas vezes hostil e discriminatório se exibe em frequentes casos de assédio, desmerecimento de talentos femininos e a subvalorização das mulheres que se dedicam à modalidade.
Além disso, ela menciona que é comum que as conquistas das jogadoras sejam minimizadas ou ignoradas. Enquanto eventos do futebol masculino ocupam destaque na mídia, as séries e campeonatos femininos frequentemente recebem cobertura reduzida, o que contribui para a invisibilidade das atletas e suas realizações. Lacombe enfatiza que essa diferença de tratamento não se limita apenas à cobertura da imprensa, mas se estende a patrocinadores e ao próprio apoio institucional ao futebol feminino.
Milly Lacombe defende que para que o machismo comece a ser erodido nesse espaço, é vital uma transformação profunda na percepção pública do esporte, permitindo que as mulheres tenham seu lugar valorizado e respeitado. Ela acredita que o reconhecimento do futebol feminino como uma prática legítima e digna de investimento pode ser o primeiro passo para uma mudança efetiva na cultura machista que ainda permeia o futebol. Essa luta não é apenas das mulheres, mas de toda a sociedade, que deve se unir para promover um ambiente mais igualitário, onde o talento e a paixão pelo esporte sejam as únicas medidas de valor, independentemente de gênero.
Com informações da EBC
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