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UNCISAL: Professora Surda Revoluciona Inclusão na Educação com Práticas Inovadoras em Suas Aulas

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Danielle Cândido

“Inclusão não é favor, é direito.” Com essa afirmação impactante, Juliana Luciani de Melo Nascimento resume sua trajetória como mulher surda e professora da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). Neste 24 de abril, Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras), ela representa a força da competência e da representatividade.

Graduada em Pedagogia pelo Cesmac e em Letras-Libras pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Juliana se destacou ao ser aprovada em primeiro lugar no concurso da Uncisal, um marco em sua carreira. Além disso, é especialista em Tradução, Interpretação de Libras e Língua Portuguesa pela Faculdade Estácio.

Desde a infância, Libras fez parte de sua vida. “Brincava de ser professora e ensinava Libras naturalmente. Cresci com essa paixão”, relembra. Com uma formação robusta e experiência como docente substituta na Ufal, Juliana chegou à Uncisal devidamente preparada. “A maior dificuldade foi a comunicação, mas com o apoio de colegas como a professora Liliane Dizeu, as barreiras foram superadas.”

Atualmente, Juliana conduz suas aulas com um método acessível e acolhedor, utilizando vídeos em Libras, slides adaptados e incentivando a interação dos alunos. “Acredito que a comunicação deve ser uma via de mão dupla”, afirma. Essa dinâmica é viabilizada pela intérprete Dayseelle Magalhães, que atua ao seu lado em sala de aula e nos planejamentos.

“Minha função é mediadora, garantindo que a comunicação entre Libras e português aconteça de forma neutra e precisa. Trabalho com Juliana para que seus conteúdos sejam transmitidos com clareza”, explica Dayseelle. A interpretação reversa permite que a voz de Juliana ressoe com toda sua força.

A relação entre professora e intérprete vai além das palavras; é fundamentada no diálogo, respeito e objetivos pedagógicos compartilhados. “Nos reunimos antes das aulas para alinhar conteúdos e estratégias. É um trabalho colaborativo que contribui significativamente para meu crescimento profissional e pessoal”, complementa Dayseelle.

Os alunos também se beneficiam dessa experiência. Para Maria Renata de Oliveira, estudante do 3º período de Fonoaudiologia, a convivência é transformadora. “É fundamental. Como profissionais da saúde e cidadãos, precisamos saber nos comunicar. Ter uma professora surda amplia nossa visão sobre inclusão e nos prepara para lidar com a diversidade”, destaca.

Juliana valoriza essa inspiração coletiva, ressaltando que o Dia Nacional da Libras é um símbolo de resistência e reconhecimento. “O que faço é ensinar — com minhas mãos, meu corpo e minha história — e mostrar que é possível. A acessibilidade começa com a vontade de ouvir, aprender e respeitar o outro.”

Na Uncisal, iniciativas concretas estão fortalecendo essa disposição para a inclusão. Cada aula ministrada por Juliana se transforma em uma verdadeira aula de cidadania.

Com informações e fotos da Uncisal

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