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Falta de escolas no Complexo da Maré deixa 68,4% dos jovens fora da escola

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O Complexo da Maré, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, enfrenta desafios significativos na área da educação, com apenas quatro escolas de ensino médio atendendo a 31,6% dos jovens de 15 a 18 anos da região. Essas escolas atualmente matriculam 2.267 alunos, o que representa uma pequena parcela dos 7.162 jovens nessa faixa etária que residem na Maré.

Ao todo, o conjunto de 15 favelas que compõem a Maré abriga 49 escolas públicas, sendo 45 municipais e quatro estaduais, com um total de 19.537 estudantes. No entanto, esse número ainda é insuficiente para atender a mais de 41 mil crianças e adolescentes de zero a 17 anos que vivem na região. Isso revela um descompasso entre a demanda por educação e a capacidade das escolas existentes de atender a todos os alunos.

Um relatório divulgado pela Redes da Maré durante o 5º Seminário de Educação da região destaca que a falta de acesso à educação está relacionada a diversas causas, incluindo a vulnerabilidade social de parte da população local. Muitas crianças e adolescentes acabam se afastando da escola ou nem sequer são matriculados, em grande parte devido à situação de vulnerabilidade em que vivem, com mães sendo as principais responsáveis pelos lares.

A desigualdade socioespacial no cenário educacional do Rio de Janeiro e do Brasil como um todo é um problema complexo que está intrinsecamente ligado às disparidades sociais presentes nas grandes cidades. Fatores como a distribuição desigual de recursos, a segregação residencial, as diferenças de renda e emprego, a acessibilidade e o transporte, bem como a violência, contribuem para a perpetuação dessas desigualdades.

Além disso, as escolas da Maré enfrentam diversos desafios estruturais, que vão desde a falta de recursos e déficit de professores até turmas superlotadas e ausência de materiais didáticos adequados. Esses problemas impactam diretamente a qualidade do ensino oferecido aos alunos, dificultando a aprendizagem e o desenvolvimento educacional.

Outro aspecto relevante abordado no relatório é o impacto das operações policiais na região, que causam interrupções nas atividades escolares, comprometendo o acesso dos alunos à educação. Em um período de sete anos, foram registrados 146 dias com aulas suspensas e escolas fechadas em decorrência dessas ações, o que evidencia a necessidade de medidas que garantam a continuidade do processo educacional, mesmo diante do contexto de violência.

Diante desse cenário, o Ministério da Educação foi instado a criar mecanismos para discutir os impactos das operações policiais no funcionamento do sistema educacional e buscar formas de reparação nos casos em que as escolas são fechadas e as aulas suspensas. Essa iniciativa ressalta a importância de garantir a segurança e o acesso à educação para todos os alunos, independentemente das circunstâncias externas que possam afetar seu percurso escolar.

Em suma, a situação educacional na Maré reflete desafios estruturais e sociais que permeiam não apenas essa região, mas diversas áreas urbanas do país. É fundamental que sejam adotadas medidas efetivas para garantir o direito à educação de qualidade a todos os jovens, promovendo a equidade e o desenvolvimento integral da população local.

Com informações da EBC
Fotos:

© Tânia Rêgo/Agência Brasil

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