No último sábado, o Museu Théo Brandão (MTB) se transformou em um palco de celebração e reflexão com o sarau “Atravessando a Fogueira”, que marcou o encerramento do primeiro ciclo do Clube de Leitura Feminista Fogueira de Lilith. O evento, aberto ao público, contou com diversas atrações, desde leituras de poesias escritas por mulheres até performance de dança e discotecagem com músicas brasileiras clássicas e contemporâneas.
A proposta do sarau surgiu da demanda de participação no clube, que contava com um número limitado de vagas. A ideia era permitir que a sociedade em geral pudesse se envolver nos debates realizados ao longo do ano de forma mais descontraída, sem perder a qualidade teórica do projeto. Fabiana Rechembach, coordenadora do clube, destacou a importância desse encerramento para ampliar o alcance das discussões.
O início do evento foi marcado pela performance “Que tipo de narrativas a sua dança revela?”, conduzida pela professora Ana Clara Oliveira. Com movimentos precisos e impactantes, a apresentação incorporou referências de grandes pensadoras feministas e provocou reflexões sobre o papel da mulher na sociedade. Em seguida, a exposição “A luta contra o corpo rebelde: silenciamento e insurgência” trouxe telas de artistas nordestinos que abordavam a luta e resistência das mulheres diante da opressão.
O coletivo Sycorax, responsável pela tradução do livro “Calibã e a Bruxa”, conduziu um debate sobre a figura da bruxa no imaginário social, destacando a resistência e sabedoria ancestral associadas a essa representação. Ao longo do evento, houve ainda momentos de declamação de poemas, tributo à cantora Rita Lee e uma discotecagem com músicas cantadas por mulheres, em diferentes estilos musicais.
Para Hildênia Oliveira, diretora do MTB, a importância do museu vai além da preservação da memória, sendo também um espaço de educação e debate. Ela ressaltou a importância de refletir sobre o passado para compreender o presente, destacando a relevância do Clube Fogueira de Lilith nesse contexto.
A participação no clube foi transformadora para Samara Albuquerque, do Judiciário, que percebeu a importância dos espaços femininos de discussão e reflexão. Ela ressaltou a relevância da Fogueira de Lilith em sua visão crítica sobre a história das mulheres na sociedade.
Assim, o sarau “Atravessando a Fogueira” não só marcou o encerramento do ciclo do clube, mas também reafirmou a importância do debate e da reflexão sobre o papel das mulheres na sociedade, proporcionando um espaço de convivência, aprendizado e acolhimento para todas as participantes.
Com informações e fotos da UFAL