A Squadra Investimentos, uma gestora com cerca de R$ 16 bilhões sob administração, emitiu um alerta concernente a possíveis “surpresas negativas” que podem afetar os cotistas de determinados fundos imobiliários. Em uma carta divulgada recentemente, a gestora ressaltou que vários Fundos Imobiliários (FIIs) têm adotado a prática de distribuir dividendos que ultrapassam a receita gerada de forma recorrente pelos ativos presentes em seus portfólios.
A carta não forneceu exemplos específicos, mas mencionou que essa estratégia está frequentemente ligada a emissões de novas cotas, um método utilizado pelos fundos imobiliários para angariar recursos adicionais. A Squadra alertou que, embora essa abordagem possa ser vantajosa a curto prazo, ela não é sustentável a longo prazo, e isso poderia resultar em surpresas desfavoráveis para os cotistas de tais fundos.
A gestora também destacou a crescente popularidade desse tipo de investimento entre os pequenos investidores. Em julho, o número de investidores em fundos imobiliários ultrapassou 2,25 milhões, um aumento significativo comparado aos 208 mil registrados em dezembro de 2018, de acordo com dados da B3.
A carta da Squadra ressaltou que ativos financeiros que oferecem dividendos estáveis, crescentes e com baixa volatilidade tendem a atrair muitos investidores. Para conseguir isso, os responsáveis pelos fundos podem optar por distribuir dividendos que excedem a geração de caixa dos negócios subjacentes – uma estratégia que pode tornar esses ativos mais atrativos.
A carta também fez uma analogia com a situação da Icahn Enterprises, fazendo referência à empresa do renomado investidor Carl Icahn, que foi objeto de recomendações de venda devido a supostas inconsistências corporativas.
A Squadra ganhou notoriedade nos últimos anos ao identificar discrepâncias nos demonstrativos financeiros da IRB (IRBR3).