A gigante chinesa Baiyin Nonferrous (BNMC) está concluindo a compra da Mineração Vale Verde, empresa responsável pela exploração da mina de cobre Serrote, localizada em Alagoas. A aquisição, avaliada em cerca de R$ 3 bilhões (US$ 500 milhões), representa um novo passo da China na corrida global por metais essenciais à transição energética.

A negociação envolve a gestora britânica de private equity Appian Capital Advisory, atual controladora da mineradora. No Brasil, o acordo já recebeu o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em dezembro, enquanto a aprovação final pelas autoridades chinesas ainda está pendente. A conclusão do negócio está prevista para o próximo mês.

O cobre extraído da mina Serrote, localizada em Craíbas, no Agreste Alagoano, na divisa com o município de Arapiraca, tem papel estratégico na indústria, sendo fundamental para a produção de veículos elétricos, baterias, turbinas eólicas e painéis solares. A entrada da BNMC no Brasil reforça o avanço de grupos chineses na aquisição de ativos de mineração, em um cenário de disputa com os Estados Unidos pelo domínio das reservas de metais básicos e críticos.

Expansão chinesa no setor mineral

A movimentação da BNMC ocorre em um momento de forte aquecimento do mercado de mineração no Brasil. Recentemente, a Anglo American anunciou a venda de seus ativos de níquel no país para a também chinesa MMG, em um negócio de mesmo valor: R$ 3 bilhões. Além disso, a BHP está em tratativas para vender sua operação de cobre no Brasil, com expectativa de movimentar cerca de R$ 1,7 bilhão (US$ 300 milhões), com a canadense Ero Copper e a Vale entre os possíveis compradores.

A Appian, por sua vez, mantém outros investimentos no país, incluindo operações de níquel na Bahia e participação na empresa de energia solar Omnigen Energy. A gestora britânica declarou que está constantemente avaliando seu portfólio para otimizar retornos aos investidores, mas não comentou detalhes sobre a venda da Mineração Vale Verde.

O avanço chinês na mineração brasileira evidencia a crescente importância do Brasil como fornecedor estratégico de matérias-primas essenciais para a transição energética global.