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O ciclo vicioso da esquerda na América Latina — e a conta que sempre chega

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Por Arthur Goes

A América Latina vive um ciclo político que se repete há décadas. Não é um fenômeno exclusivo do Brasil ou da Argentina — embora sejam os maiores exemplos — mas se repete também em países como Bolívia, Venezuela, Equador, Nicarágua e tantos outros. Governos de esquerda chegam ao poder prometendo justiça social e crescimento — e, no curto prazo, até entregam algum alívio. Mas é como uma família que ganha na loteria e começa a gastar sem pensar no amanhã. Os recursos são usados sem planejamento, o trabalho fica em segundo plano, e programas sociais de todos os tipos são criados — pior: funcionando como atividade-fim, e não como meio de desenvolvimento. O futuro é deixado de lado.

Quando o dinheiro começa a acabar, o que deveria ser um momento de ajuste e reorganização vira mais gasto público, mais criação de impostos e mais sufoco para quem produz. A esquerda, em vez de corrigir o rumo, insiste no erro para manter viva a ilusão do “sonho de verão”. O resultado é previsível: a economia quebra, a confiança se dissolve e a população paga a conta. É então que a direita entra, com a ingrata missão de arrumar a casa — e, muitas vezes, é criticada por isso. Não se sustenta muito tempo no poder; sem tempo, só tira a poeira deixada pela esquerda, que logo volta para bagunçar tudo de novo.

Claro, alternância de poder existe em todo o mundo — inclusive em democracias maduras como os Estados Unidos, com democratas e republicanos. A diferença é que, nos países desenvolvidos, até a esquerda costuma atuar dentro de limites institucionais mais equilibrados e tende ao centro. Já na América Latina, a esquerda frequentemente flerta com o autoritarismo, o estatismo excessivo e o populismo fiscal — e o eleitorado, muitas vezes, embarca na fantasia. Essa dinâmica não é apenas política, é cultural. O povo latino, em muitos casos, ainda prefere o conforto da promessa fácil ao esforço da realidade. E enquanto essa mentalidade prevalecer, vamos continuar vivendo entre extremos — e esperando que alguém, um dia, nos ensine a cuidar daquilo que é nosso, olhando para o futuro, crescendo e amadurecendo sem precisar quebrar sempre o país antes.

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