O Teatro Gustavo Leite foi palco, neste último final de semana, de uma celebração memorável em homenagem aos 120 anos da renomada psiquiatra Nise da Silveira. O espetáculo “Nise e os Malucos Beleza” trouxe à cena usuários do CAPS Casa Verde, que, ao lado da bailarina Maria Emília Clark, apresentaram uma performance emocionante que capturou a atenção do público por três dias consecutivos.
A coordenadora do CAPS, Aureana Lavènere, destacou a relevância do projeto, que busca não apenas entreter, mas também abordar a saúde mental em um formato acessível e significativo. “Foi um esforço que valeu a pena, principalmente em um momento em que o estigma em torno da saúde mental ainda persiste”, afirmou. Durante os ensaios, os participantes tiveram a oportunidade de transformar hábitos de vida, desenvolver habilidades como postura e motricidade, e aumentar sua autoestima ao se sentirem reconhecidos pela sociedade alagoana.
Além da formação artística, os usuários também receberam remuneração pelo seu trabalho. “A felicidade deles ao serem valorizados foi palpável. Isso reforça sua autonomia financeira e seu papel ativo na comunidade”, observou Aureana.
Helcimara Martins, diretora-geral do Hospital Escola Portugal Ramalho, ressaltou que o evento foi um marco importante para desmistificar a percepção negativa sobre pessoas com sofrimento psíquico. “Cada performance revelou a beleza da dança e a capacidade transformadora da arte”, explicou.
A presença da reitora da Uncisal, Pollyanna Almeida, e do vice-reitor, Henrique Costa, também marcou a importância do evento. A reitora declarou: “Nise da Silveira merece ser celebrada pela sua contribuição à psiquiatria no Brasil. O Bloco Maluco Beleza é uma manifestação do que ela defendia: usar a arte como um meio de cuidado.”
“Nise e os Malucos Beleza” encerrou o projeto “Nise em Cores e Formas”, que desde setembro percorreu diversas cidades de Alagoas, unindo arte, saúde mental e inclusão. A iniciativa, idealizada pelo Instituto de Ação e Desenvolvimento para a Cidadania (IADEC) em parceria com o Ballet Maria Emília Clark, utilizou dança, teatro e biografias para revisitar a trajetória de Nise, uma figura emblemática que revolucionou a psiquiatria brasileira ao defender o afeto e a escuta como formas de cuidado.
Com informações e imagens do Governo de Alagoas.
