Alagoas é conhecida como a terra dos folguedos e da cultura popular, repleta de tradições e saberes que são transmitidos de geração em geração. O projeto Entorno dos Mestres foi uma iniciativa que percorreu diferentes territórios, mapeando e pesquisando a trajetória de 17 fazedores de cultura reconhecidos como Mestres do Patrimônio Vivo de Alagoas. O foco especial foi dado ao legado deixado por aqueles que já não estão mais presentes fisicamente.

Esse projeto teve início em 2024, após ser aprovado no Edital nº 28/2023 – Projetos Culturais voltados ao Fomento e Preservação do Patrimônio Cultural do Estado de Alagoas. A pesquisa resultante desse trabalho está disponível gratuitamente em formato de e-book no Blog Aqui Acolá. Durante o desenvolvimento da pesquisa, trechos de entrevistas, bastidores da investigação e reflexões sobre o processo foram compartilhados no perfil do projeto no Instagram @entornodosmestres, servindo como um diário de bordo.

A idealizadora do projeto, Iranei Barreto, destaca a inspiração que teve para iniciar essa iniciativa, que veio de um diálogo marcante que teve com uma artesã ceramista que expressava preocupação com o futuro de seu trabalho e conhecimento. A pesquisa abrangeu a trajetória de mestres falecidos que atuavam em diversas regiões do estado, como rezadeiras, benzedeiras, ceramistas, mestres de grupos culturais e artesãos, entre outros.

O objetivo do projeto vai além de documentar as tradições culturais, buscando compreender como essas práticas se mantêm vivas e continuam a contribuir para a identidade cultural local mesmo após a partida dos mestres. A pesquisa também levanta questões importantes sobre o legado cultural imaterial, a preservação das práticas tradicionais e a continuidade dessas tradições para as futuras gerações.

A segunda etapa do projeto, aprovada em outro edital, terá como foco a cidade de Maceió, explorando os legados de 16 mestres que atuaram na capital, ampliando o olhar sobre a preservação da memória e a importância de manter vivas essas expressões culturais. Iranei Barreto destaca que, ao final da pesquisa, pretende-se transformar as informações coletadas em conteúdos audiovisuais, como documentários e podcasts, além de outras publicações que contribuam para a disseminação e valorização desses saberes.

O reconhecimento e a valorização dos mestres representam não apenas uma celebração de suas contribuições individuais, mas também um respeito pela comunidade e pelos contextos que mantêm viva a cultura local. A continuidade do projeto e a preservação dessa memória cultural são essenciais para garantir que os saberes tradicionais alagoanos sejam celebrados e perpetuados ao longo do tempo.

Com informações e fotos da Secult/AL