A 11ª edição da Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que se aproxima, trará um lançamento aguardado: o novo livro de Mãe Neide Oyá D’Oxum, intitulado “Diário de uma mãe de santo”. A obra, segundo trabalho da autora pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, promete revisitar sua trajetória como sacerdotisa do Candomblé, além de explorar a rica cultura afro-brasileira e sua contribuição para a culinária afro-quilombola.
Mãe Neide, também conhecida como Maria Neide Martins, já havia impactado o cenário literário com seu primeiro livro, “Wa Jeun: sabores ancestrais afro-indígenas”. No novo volume, ela relata não apenas sua jornada espiritual, mas também episódios do dia a dia que moldaram sua vida até aqui.
Reconhecida como Patrimônio Vivo de Alagoas, Mãe Neide expressa gratidão ao apoio da Imprensa Oficial e ao Governo de Alagoas. Ela destaca o potencial de sua obra em promover a cultura local, comentando como recebeu um retorno inesperado e positivo do público, com exemplares de seu primeiro livro sendo adotados em escolas e lidos fora do estado.
“Diário de uma mãe de santo” é, acima de tudo, um legado que Mãe Neide deseja deixar para as futuras gerações. A autora ressalta a importância de celebrar a resistência e a história dos seus ancestrais, afirmando que é sua responsabilidade representar a mulher negra e indígena. “Viver é um grande desafio, especialmente quando se é preto”, reflete, desejando que Alagoas seja reconhecida também como a terra de Zumbi dos Palmares.
Nascida em Arapiraca, ela se inspira em figuras como Aqualtune e Dandara, líderes quilombolas que lutaram pela liberdade e dignidade de seu povo. No livro, Mãe Neide compartilha suas experiências como mãe de santo e mulher periférica, tocando em questões contemporâneas como preconceitos enfrentados por filhos que se diferenciam na orientação sexual.
Apesar dos desafios, ela não apresenta uma narrativa melancólica. “Minha fé é a minha fortaleza”, diz, enfatizando que é por meio dela que consegue superar as adversidades. Além disso, ela afirma que seu turbante simboliza essa força, carregando não apenas tradições, mas também esperanças e lutas.
A coordenadora editorial da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, Clarice Maia, destaca a importância da nova publicação e suas contribuições para o catálogo da editora, lembrando que foi a primeira a lançar um livro escrito por uma mulher quilombola em Alagoas.
A expectativa é alta para o lançamento de “Diário de uma mãe de santo” na Bienal, refletindo tanto a cultura local quanto as ricas tradições afro-brasileiras que moldam a identidade da região.
Com informações e imagens do Governo de Alagoas.