A cultura popular de Alagoas amanheceu em profundo luto nesta segunda-feira, 30 de outubro, ao perder um de seus ícones mais respeitados: Sebastião José Ferreira, popularmente conhecido como Xameguinho do Acordeon. O artista, que deixa um legado inestimável após 62 anos de vida, foi vítima de um infarto fulminante em sua residência no bairro Tabuleiro do Martins, na parte alta de Maceió.
Nascido na cidade de Atalaia, Xameguinho se destacou no cenário musical alagoano ao dedicar sua vida à sanfona e ao forró, elevando a sonoridade típica de sua terra natal a patamares que ecoaram pelo Brasil e pelo mundo. Desde os 12 anos, quando começou sua jornada musical, ele construiu uma carreira sólida, marcada por apresentações vibrantes e emocionantes que conquistaram o público em uma variedade de palcos, desde festas populares até importantes festivais, tanto dentro quanto fora do estado.
Ao longo de mais de cinco décadas, Xameguinho fez parte de momentos marcantes da cena cultural, como sua presença no São João Massayó, onde, em sua última performance, no dia 21 de junho de 2024, dividiu o palco com mestres reconhecidos, como Chau do Pife e Sandro Becker. Essa apresentação foi um exemplificar do carisma e da energia que sempre transmitiu, consolidando sua imagem como um dos pilares do forró em Alagoas.
Sua música era profundamente enraizada no cotidiano do povo alagoano, abordando temas que falavam sobre o amor e as tradições que moldam a identidade cultural da região. O impacto de seu trabalho ressoa em múltiplas gerações, e, segundo Myriel Neto, presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), a perda de Xameguinho é uma lacuna irreparável na alma do forró alagoano. Ele enalteceu sua contribuição à cultura local, afirmando que sua alegria e talento ajudaram a moldar a identidade cultural de Maceió.
A Prefeitura de Maceió também se manifesta em solidariedade a familiares, amigos e fãs, reconhecendo o vazio que a partida de Xameguinho deixa na cidade. Seu legado, no entanto, como defensor e propagador do forró, permanecerá vivo na memória coletiva e nas festividades que celebram a rica cultura popular do estado. A comunidade se despede de um verdadeiro mestre, cuja sanfona e música continuarão a ressoar nos corações de todos que o admiravam.