De 11 a 15 de junho, o São João Raiz Massayó se transforma em um verdadeiro espetáculo cultural, com a participação de 17 grupos de coco de roda que se reúnem para o Concurso Municipal de Coco de Roda, uma iniciativa promovida pela Prefeitura de Maceió. O evento ocorre a partir das 18h no estacionamento do Mercado das Artes 31, onde a riqueza da tradição e a identidade cultural se entrelaçam em uma celebração vibrante das raízes nordestinas.
O ambiente é impregnado com o aroma do milho e decorado por bandeirolas coloridas, criando uma atmosfera festiva que convida a todos a dançar e se envolver com as tradições. Os repiques dos tambores e os acompanhamentos animados dos pandeiros ecoam, atraindo o público cada vez mais para perto do palco, que se tornou um sagrado espaço para a dança ancestral. Os grupos vêm de diversos bairros de Maceió, trazendo indumentárias elaboradas à mão, letras criativas e coreografias que intercalam elementos tradicionais e contemporâneos, o que dá um toque especial ao evento.
Um dos grupos presentes, o Coco Catolé, oriundo do bairro Benedito Bentes, foi o primeiro a se apresentar na noite de abertura. Paulo Victor, um dos integrantes mais jovens com apenas 18 anos, expressou sua alegria e nervosismo ao abrir a programação. “A expectativa é alta. Mesmo com o nervosismo de serem os primeiros, estamos preparados e muito entusiasmados”, comentou o jovem dançarino, que faz parte do grupo desde sua fundação em 2019.
Entre os espectadores, a jornalista Cláudia Leite também estava presente e se mostrou tocada pela força da cultura local. “É incrível sentir essa energia. O coco é sinônimo de raiz, identidade e arte que pulsa no chão”, afirmou, relembrando suas próprias experiências com a dança durante a infância.
Durante a competição, um júri avaliador observa criteriosamente aspectos como ritmo, originalidade, figurino e harmonia. Contudo, o verdadeiro triunfo está na valorização da cultura popular, que ganha destaque nesse evento que proporciona visibilidade e reconhecimento a artistas locais. Para muitos, o genuíno espírito do São João se revela ali, com a dança, as palmas e o sorriso daqueles que acreditam na importância de manter as tradições vivas, resistindo ao passar do tempo e ao risco do esquecimento.