No último dia 21, o bairro histórico de Jaraguá, em Maceió, foi palco de mais uma celebração marcante: o Xangô Rezado Alto. O evento, que reuniu religiosos, artistas e lideranças, teve como objetivo reafirmar a memória do Quebra de Xangô de 1912 e valorizar a cultura afro-brasileira.

A festa foi marcada por um cortejo colorido, cânticos sagrados, oficinas e apresentações culturais que encantaram os presentes. O Xangô Rezado Alto de 2025 também celebrou o Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial e o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, dando visibilidade e reconhecimento às religiões de matriz africana no Brasil.

Realizado pela Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural, o evento teve início com um cortejo dos religiosos pelas ruas, onde demonstraram sua resistência à intolerância religiosa ao som dos tambores dos maracatus. Na Praça Dois Leões, grupos como Orquestra de Tambores, Afoxé Odô Iyá e Samba de Roda K’Posú Betá animaram o público com muita energia e axé.

O presidente da FMAC, Myriel Neto, destacou a importância do Xangô Rezado Alto como um ato político de valorização da diversidade religiosa em Maceió. Já a coordenadora municipal de Igualdade Racial, Lucélia Silva, ressaltou o compromisso da campanha Maceió é Massa com Igualdade Racial e a promoção da equidade e respeito às religiões de matriz africana.

Religiosos envolvidos na organização enfatizaram a relevância do evento para a manutenção da memória coletiva e resistência das religiões afro-brasileiras. Mãe Graça de Alafim, por exemplo, ressaltou a importância de manter viva a cultura e a fé de seus ancestrais.

Com ampla participação popular e apoio institucional, o Xangô Rezado Alto se consolidou como um dos principais eventos culturais e religiosos da cidade. Rezas, batuques e homenagens fortaleceram as raízes da tradição afro-brasileira em Maceió, reafirmando a resistência e a importância dessas manifestações culturais.